Por fabio.klotz

Rio - Um primeiro tempo para esquecer. O outro, para servir de esperança. Este foi o saldo da estreia do Brasil no basquete masculino da Olimpíada do Rio. A derrota para a Lituânia por 82 a 76, neste domingo, na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, tem como contexto o massacre da etapa inicial, com um time mal ofensivamente e que não segurou a bronca na defesa. Já o segundo tempo mostrou uma equipe com potencial para encarar de frente a vice-campeã europeia, com solidez defensiva e um ataque equilibrado, atrás de uma virada improvável e que seria histórica.

Marquinhos ajudou na reação brasileira no segundo tempoAlexandre Loureiro/Exemplus/COB

A missão agora é provar que o início foi um acidente de percurso e que o real Brasil é o do segundo tempo. O próximo jogo é contra a Espanha, campeã europeia e vice olímpica, na terça-feira, às 14h15.

O Brasil saiu de quadra com a cabeça erguida. A frustração do primeiro tempo fica um pouco menos amarga com a atuação da etapa final. É o desempenho dos últimos 20 minutos que dá esperança. Não há tempo para lamentar ou se abater.

O cestinha brasileiro e da partida foi o ala-armador Leandrinho, o combustível da reação no segundo tempo. Ele fez 21 pontos. Outro destaque vital para a guinada da Seleção foi o armador Raulzinho, autor de 14 pontos. Nenê fez 11. Pela Lituânia, o principal pontuador foi o armador Kalniets, autor de 16 pontos.

Brasil reagiu no fim mas acabou derrotadoAlexandre Loureiro/Exemplus/COB

O jogo

O Brasil abusou dos erros no primeiro quarto, sobretudo ofensivamente. A defesa também não segurou a onda. Magnano logo colocou Marquinhos e Augusto Lima para tentar acertar o time. Porém, a Lituânia já dominava o confronto, maltratando a Seleção com arremessos de três e jogadas no garrafão. Desta forma, abriu 23 a 14 e forçou o técnico do Brasil a parar o jogo. No retorno, a bola de três de Marquinhos deu a impressão de que as coisas melhorariam. Ledo engano. A Lituânia respondeu com quatro pontos em sequência e fechou o período com dez de frente: 27 a 17.

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A bola brasileira teimava em não cair. O baixo aproveitamento ofensivo complicava ainda mais a vida da Seleção. Do outro lado, a Lituânia se aproveitava para ampliar a vantagem. Com mais um arremesso de três no estouro do cronômetro, o time europeu abriu 24 pontos: 48 a 24. Novo tempo de Magnano. O panorama não mudou. A diferença no placar pulou para a casa dos 30 pontos e foi para o intervalo em 29: 58 a 29.

Equipe de Magnano acabou derrotada na estreiaAlexandre Loureiro/Exemplus/COB

A Lituânia "passeou" em quadra no primeiro tempo com um aproveitamento total de 72% - acertou seis dos nove arremessos de três. O ala Maciulis anotou 10 pontos. O Brasil não conseguiu fazer frente com um percentual de acerto de 41%. Nenê e Marcelinho Huertas foram os principais pontuadores no primeiro tempo, com cinco pontos cada.

A corrida de 4 a 0 no início do terceiro quarto animou a torcida brasileira. Gritos de "Eu acredito" ecoaram na Arena Carioca 1. A postura era outra. Um time mais agressivo. Mesmo com 26 pontos de frente (60 a 34), a Lituânia parou o jogo para tentar frear o ímpeto da Seleção. Deu certo no primeiro momento. Porém, "este" Brasil em nada era parecido com o da primeira etapa. Leandrinho chamava a responsabilidade e infiltrava. Foi o nome do terceiro período e comandou a vitória na parcial por 23 a 12. A diferença caiu para 18 pontos (70 a 52).  

Torcida do Brasil incentivou equipe até o fim da partidaAlexandre Loureiro/Exemplus/COB

A torcida entrou no jogo. A Arena Carioca 1 pulsava na mesma batida da reação brasileira. A diferença caiu para 15 pontos. A Lituânia parou o jogo. O momento era todo da Seleção. A defesa não dava trégua. O ataque encontrava espaço. Pouco a pouco, aos gritos de "eu acredito", a desvantagem diminuía. Caiu para dez pontos. Novo tempo europeu. A torcida era mais um atleta em quadra. A diferença caiu para quatro pontos. Sabonis acabou com a seca e levou a vantagem para sete. Foi a salvação da Lituânia. O Brasil perdeu por 82 a 76.

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