Por clarissa.sardenberg

Estados Unidos - O comportamento do torcedor brasileiro durante os Jogos Rio 2016 virou alvo de críticas mais uma vez na imprensa internacional. O jornal norte-americano "New York Times" comentou nesta segunda-feira que "a exuberância dos fãs locais" está entrando em confronto com os pedidos constantes de silêncio feitos pelos atletas e organizadores dos Jogos. A mídia internacional já caracterizou a competição como a "Olimpíada das vaias".

"O público brasileiro vai à loucura por qualquer coisa", diz o jornal no título da matéria. "Em diversas disputas, desde tênis de mesa até na natação e no vôlei de praia são ouvidos: 'Silêncio! Shh'!"

Comportamento de brasileiros em partida de tênis de mesa de Hugo Calderano virou motivo de polêmicaAndre Mourão/ O DIA / NOPP

O repórter explica que em esportes como o tênis de mesa, por exemplo, em que atletas valorizam o silêncio, a torcida brasileira não se comporta de maneira adequada. "Hugo Calderano está jogando agora, e o pavilhão de tênis de mesa parece um estádio de futebol", comentou ele no Twitter.

Um texto da agência de notícias "Reuters" chega a dizer que os "estridentes fãs brasileiros são surdos para o espírito olímpico". "No boxe, judô, esgrima ou até no tênis, os torcedores brasileiros estão tratando muitos esportes olímpicos como se estivessem em um Flamengo x Fluminense, uma rivalidade do Rio onde paixões, além de cusparadas e eventualmente socos, costumam voar alto", publicou a agência.

Os gritos de "ôôô Zika" para Hope Solo, goleira da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos ou outras provocações também ganharam manchetes.

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O jornal "The Independent" comentou que foi exagerada a reação da torcida ao vaiar o tenista alemão Dustin Brown, que jogou contra o brasileiro Thomas Belucci e abandonou a partida depois de torcer o tornozelo.

"Os fãs brasileiros nesses Jogos do Rio são uma turma bem patriótica, apenas felizes demais por apoiarem seus atletas. Não há mal nisso. Essa é a vantagem de competir em casa. Mas isso quase foi um pouco além no domingo, quando o público na quadra central de tênis vaiou o alemão Dustin Brown, que tinha caído e torcido um tornozelo, o que acabou o levando ao hospital", publicou o jornal, dando a impressão de que a torcida continuou a vaiar o tenista após se lesionar.

Os comentários da jogadora de vôlei de praia tcheca Slukova também repercutiu após ela comentar sobre as vaias no jogo contra as brasileiras Agatha e Bárbara, que continuaram mesmo após o narrador oficial pedir "moderação".

"Eu jogo há dez anos e nunca vivi isso. É um tipo de patriotismo. Eu acho que não é nada pessoal contra nós, eles só não sabem o limite entre o que é apropriado para o momento e o que não é mais. Nós também somos seres humanos", comentou a atleta.

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