Rio - Para muitos, eles têm o trabalho mais fácil na Olimpíada do Rio: evitar que algum dos melhores nadadores do mundo se afogue. Mas nem pense em falar algo assim perto deles, pois os salva-vidas não gostam nem um pouco. Inclusive, não aprovam o meme da internet, no qual uma colega está com cara de tédio durante a competição no Parque Olímpico. Para eles, a profissão é coisa séria, mesmo quando não têm tanta ação.
“Nossa função é prevenção e depois resgate. É quase impossível, mas esse 1% de chance é o que a gente fica atento. O primeiro atendimento é tudo”, disse Carlos Nascimento, de 39 anos.
São mais de 70 salva-vidas para todas as piscinas do Parque Aquático e do Maria Lenk. Além de natação, eles estão no pólo aquático, nos saltos ornamentais e no nado sincronizado, graças a uma lei estadual que obriga a presença dos guardiães em todas piscinas no Rio. Além dos competidores, só os salva-vidas têm permissão para entrar na água, seja para ajustar raia ou pegar um objeto.
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“Não é só salvamento, temos que ficar de olho no entorno. Na semana passada, resgatamos uma lente de um fotógrafo que caiu na água”, recorda Fernando Rodrigues, de 33.
Para quem pensa que nunca há trabalho com atletas, Vinicius Araújo, de 24 anos, conta que já ajudou uma nadadora, dias atrás: “Ela treinava com um elástico que soltou da mão do técnico e bateu nas costas dela. Fui ver e, como ela reclamou de dor, encaminhei à enfermaria.”
Ainda assim, é inegável que as chances de alguém precisar de salvamento são mínimas. Mas eles não têm o que reclamar. Afinal, contam com a vista privilegiada para assistir de perto a grandes nomes da natação e admirar o fenômeno Michael Phelps.
“Ganhei um cumprimento dele ainda há pouco. Dei um ‘joinha’ e ele retribuiu”, afirmou orgulhoso Josué dos Santos, de 38 anos. “Só me colocando numa raia ao lado para ver se ele (Phelps) é isso tudo (risos)... Ele é impressionante, a evolução dele é incrível”, completou Carlos.