Por gabriela.mattos

Rio - Se as disputas nesta Olimpíada, dentro de quadras, piscinas e demais arenas é pela medalha de ouro, nas arquibancadas, os objetos de desejo são outros. De um lado estão os torcedores, colecionando os copos amarelos, alusivos à cada modalidade olímpica e vendidos nos estandes das instalações da Rio 2016. Do outro, voluntários, atletas e integrantes da força de trabalho que andam com crachás pendurados de pins, os pequenos broches que são febre em todas as edições dos Jogos.

Muito mais que uma simples lembrança do evento, os pins são uma importante ferramenta de aproximação entre espectadores dos quatro cantos do planeta, que superam as diferenças de cultura e idioma para trocar os broches coloridos e levar para casa uma lembrança do país visitante ou visitado.

O americano Douglas Todd (C) coleciona pins desde os Jogos Olímpicos de Los Angeles%2C em 1984Márcio Mercante / Agência O Dia

“Comecei a colecionar pins nas Olimpíadas de Los Angeles (1984) e desde então vou a todas as edições. É uma forma de conhecer outras pessoas e outras culturas. Tenho milhares de pins. São tantos que nunca parei para contar”, revela o médico americano Douglas Todd, que mora na Califórnia e veio ao Rio de Janeiro muito mais pelo intercâmbio cultural proporcionado pelos pins do que pelas competições.

Os brasileiros que quiserem entrar na onda podem comprar seus pins nas lojas oficiais da Rio 2016. Foram fabricados mais de 3 milhões para os Jogos e os preços variam entre R$ 3 (feitos em prata) e R$ 50 (banhados a ouro e numerados).

“Eu tenho mais de vinte em casa. Hoje (ontem) vim com doze para trocar, mas nos próximos dias trarei os demais. Adorei a brincadeira”, disse a pequena Isabela Camelier, de 9 anos, que estava acompanhada da mãe, Marta Camelier.

Já a coleção de copos vai provocar um desfalque no bolso do torcedor, já que o objeto de desejo é vendido, junto com uma cerveja, por R$ 13 dentro das instalações olímpicas.

Fã de esportes, o torcedor Rodrigo Sullivan, de 38 anos, levou o filho Bruno, de 16 anos, para ajudá-lo a colecionar e carregar os copos. Filho e neto do cantor Michael Sullivan, compositor de um sem-número de hits famosos na voz de estrelas como Roberto Carlos, Tim Maia, Sandra de Sá e Xuxa, ele espera conseguir juntar os 44 copos disponíveis. Para isso, terá de gastar R$ 572.

“Em dois dias, já consegui juntar doze copos. Se eu mantiver a média, até o fim da semana já estarei com a coleção completa e até alguns sobrando, para dar aos amigos”, brinca Sullivan, conhecido no Parque Olímpico como Zé Colmeia.

“O verdadeiro Zé Colmeia vive atrás de mel. Eu vivo atrás de chope mesmo. E de esporte. É a combinação perfeita”, completa.

Procon não vê irregularidade

O copo olímpico não pode ser vendido separadamente da cerveja, segundo o Comitê Rio 2016. No entanto, O DIA flagrou funcionários de algumas lanchonetes no Parque Radical de Deodoro e no Parque Olímpico vendendo o copo temático vazio por R$ 5. Quando os espectadores queriam comprar só o latão da cerveja por R$ 8, a venda era negada.

Em nota, o Procon Estadual explicou que os fiscais não encontraram no Parque Olímpico venda do copo separadamente. “Dessa maneira, não fica configurada a venda casada (que é proibida) porque a cerveja custa R$ 13, com o copo, e não há a possibilidade de adquirir os produtos separadamente”, informou o órgão.

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