Rio - Os brasileiros Diego Hypolito e Arthur Nory viveram um dia histórico para a ginástica brasileira no último domingo. Os dois conquistaram, respectivamente, as medalhas de prata e bronze para o país, no sólo. Nesta segunda-feira, ambos concederam entrevista coletiva. Muito feliz com a redenção, Diego falou sobre a importância de estar bem emocionalmente para não bater na trave, como aconteceu em Pequim e em Londres.
“O lado emocional me ajudou muito. Faltava eu confiar em mim de novo, e a psicóloga ajudou demais com as mentalizações, a confiança, descobrir que é possível. Tenho certeza que fazer análise durante esses quatro anos me ajudou muito. Não só pela questão motivacional, mas por me equilibrar, não deixar que os fantasmas do passado me atrapalhassem e que os medos fossem maiores que a vontade de vencer. Antes eu não dava valor nenhum à análise. Achava que era coisa para gente louca. Mas descobri que é para todo mundo”, afirmou.
Diego falou também sobre a dificuldade que é para um atleta olímpico conseguir conquistar uma medalha. O ginasta pediu para que o trabalho à longo prazo seja mais valorizado no esporte.
"Um atleta não se prepara para a medalha durante quatro anos. Medalha olímpica se prepara em dez anos. Em 2002, era difícil você levar um fisioterapeuta, um médico numa Copa do Mundo. Hoje, podemos ter a tranquilidade de treinar e todo um suporte por trás. Isso fez a diferença. Em Pequim, eram outros objetivos. Renato, meu treinador, acabava sendo um pouco de tudo. Foram se conscientizando. Esses investimentos, acredito, fizeram total minha medalha acontecer. Ainda temos uma cultura de que só a medalha é importante", disse.
Principal surpresa, Arthur Nory só se classificou para a final no solo, porque o Japão não pode colocar mais de três atletas na decisão. No fim, o brasileiro conseguiu o bronze. Arthur disse que foi complicado dormir nas últimas horas.
"Foi difícil. Ontem (domingo), a gente acordou olímpico e foi dormir medalhista. Acreditamos muito desde o começo. Foi difícil de dormir. Dormi abraçado com a medalha, do lado do travesseiro. Acordamos muito bem e muito felizes", opinou.
