Rio - Ao som do forró de Frank Aguiar, Luis Carlos Cardoso buscava o reconhecimento como dançarino e coreógrafo. Mas uma infecção na medula em 2009 encerrou sua carreira nos palcos. Sem o movimento das pernas, ele reencontrou no esporte a emoção que sentia durante os shows lotados pelo Brasil. Tricampeão mundial na prova de canoa, ele ganhou a vaga para representar o país no caiaque na Paralimpíada do Rio, que começa no dia 7.
“Fui dançarino profissional por nove anos. A canoagem entrou na minha vida em 2011 por meio da reabilitação. Até então não tinha pensado em competir e vivenciar tudo isso que está acontecendo agora. Mas começou a tomar uma proporção muito grande na minha vida. As coisas foram acontecendo e fui agarrando todas as oportunidades que apareceram”, conta.
Em 2015, Luis Carlos foi campeão mundial na classe KL1 (quando os atletas usam somente os braços na remada), em Milão, conquistando a vaga do Brasil na categoria. Neste ano, travou uma disputa com Fernando Fernandes pelo direito de representar o país no Rio e se classificou com o bronze no Mundial enquanto o ex-BBB foi o quinto.
Com a vaga garantida, Luis Carlos foca na inédita conquista para o país. Evangélico, ele mudou a trilha sonora que costuma escutar antes de entrar na água, mas diz que ainda usa os ensinamentos da dança.
“Já tinha essa questão da disciplina, da dedicação e isso veio me ajudar muito na questão da canoagem. Tento sempre comparar a canoagem com a dança como uma coreografia que montava. Tento sempre fazer o meu melhor dentro da água, buscar o meu 100%. Isso eu trouxe da dança. Tanto que eu cheguei muito rápido aos títulos mundiais”, diz.
APRESENTAÇÃO OFICIAL
Luis Carlos e mais 53 atletas da delegação brasileira desembarcaram na quarta-feira no Aeroporto Santos Dumont e, depois, seguiram viagem de VLT até o Boulevard Olímpico, na Praça Mauá. Chegaram ao Rio representantes de sete modalidades: esgrima em cadeira de rodas, halterofilismo, tênis de mesa, tiro com arco, vôlei sentado, canoagem e remo.
