Thierry Henry iniciou revezamento da chama olímpica em ParisStephane de Sakutin / AFP

França - A tocha olímpica chegou neste domingo (14) a Paris aproveitando o tradicional desfile militar do Dia da Bastilha, festa nacional da França celebrada em 14 de julho, e entrou na reta final da sua viagem antes do início dos Jogos Olímpicos.

A chama iniciou a sua passagem por Paris às 06h45 (de Brasília), na parte final do comboio do desfile militar na Avenida Foch, com Thibaut Vallette, campeão olímpico de hipismo na Rio-2016, o primeiro a carregar a chama olímpica na capital.

A passagem da tocha pelas ruas parisienses terminará na próxima segunda-feira (15) à noite, com a chegada à Place de la Republique, onde se realizará um concerto gratuito.

Neste ano, devido à preparação das instalações para os Jogos, o tradicional desfile militar não foi realizado na Champs-Élysées, como geralmente acontece, mas na Avenida Foch.

Durante dois dias, a chama percorrerá 60 quilômetros nas mãos de 540 pessoas, sob um amplo dispositivo de segurança formado por cerca de 18 mil agentes.
"É uma emoção receber a chama em Paris, ela chegou", disse com certa euforia Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador do Paris-2024, à rede de televisão France 2.

Testes antes da abertura

O desfile pela capital representa um teste antes da cerimônia de abertura dos Jogos em 26 de julho.

Entre os que carregam a chama encontram-se cidadãos comuns, mas também diversas personalidades do esporte e cultura.

Uma delas é a lenda do futebol Thierry Henry, treinador da seleção de futebol masculina nos Jogos Olímpicos deste ano.

"Não é algo que se possa recusar. É o dia do feriado na Champs-Élysées", disse Henry.

A passagem da tocha gerou um interesse bastante tênue. "Nem sequer sabia que passaria por aqui", admitiu Manon Skura, uma estudante de 22 anos que disse estar mais concentrada nas obras de construção na capital para acolher os Jogos Olímpicos.
A chama passa pelos principais monumentos parisienses, como a Catedral de Notre-Dame, o Panthéon e a Universidade de Sorbonne, com exceção das zonas conhecidas que vão acolher as competições dos Jogos e onde os preparativos impedem a passagem da tocha - como a Place de la Concorde e a esplanada da Torre Eiffel.

"Esta tocha representa o consenso, a paz e a França, que é um país acolhedor", disse à AFP o franco-maliano Lassana Bathily, que teve uma atuação heroica durante o atentado de janeiro de 2015 contra um supermercado em Paris, após carregar a chama na entrada do Panthéon.

Este ano, o Champ de Mars não estará aberto ao público para acompanhar os fogos de artifício, por ser um local que receberá competições.

O tradicional espetáculo pirotécnico começará no exato momento em que a tocha chegará à Câmara Municipal de Paris, por volta das 18h10 (de Brasília).
A chama passará a noite de domingo para segunda-feira nos salões dourados do Hotel de Ville e, na segunda-feira, fará mais um passeio por Paris.

Dos bairros ricos aos populares

Depois de um desfile no domingo pelos bairros do oeste e do sul da capital, considerados os mais ricos, a chama passará na próxima segunda-feira (15) pelos bairros mais populares do norte e do leste.

Com o desfile pela capital, os organizadores do Paris-2024 pretendem reavivar o espírito olímpico entre os franceses, após um mês com os Jogos ofuscados pelas eleições legislativas na França.

Após as eleições antecipadas convocadas pelo presidente Emmanuel Macron, na sequência da vitória do Reagrupamento Nacional (extrema direita) nas eleições europeias, a política francesa encontra-se em estado de incerteza, uma vez que ainda não se sabe qual força formará um governo.

Desde a sua chegada a Marselha em 8 de maio, a tocha olímpica tem sido um enorme sucesso popular na França, reunindo cerca de 5 milhões de espectadores ao longo do seu percurso.