Thaisa disputou quatro edições de Jogos Olímpicos com a Seleção feminina de vôleiDivulgação/FIVB

França - Chegou ao fim a trajetória da central Thaisa com a camisa da seleção brasileira feminina de vôlei. A vitória por 3 sets a 1 sobre a Turquia, que deu a medalha de bronze ao Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris, foi a última aparição da experiente jogadora, de 37 anos, que disputou quatro edições do evento. Ao fim da partida, a jogadora, muito emocionada, citou sua história vestindo a camisa amarela e toda a construção de um novo grupo visando o ciclo de Los Angeles 2028.
"Fui falar com meu marido que acabou. Aí ele falou 'é, acabou!'. Ele não tinha entendido. Acabou. Encerrou o ciclo. Foi uma vida dentro da Seleção, tanto de base quanto adulta. Só a gente, que está aqui, sabe tudo que a gente passa. Tudo que a gente tem que superar e aguentar de estar aqui. Não é fácil. Mas é muito amor pelo que a gente faz. E acabou", disse Thaisa, em entrevista à TV Globo.
Thaisa encerra sua história na seleção brasileira com dois ouros (2008 e 2012) e um bronze (2024), sendo a sétima atleta do Brasil a chegar à marca de três medalhas olímpicas - antes, Fofão, Bruninho, Giba, Dante, Rodrigão e Serginho tinham alcançado o feito. Ela, no entanto, afirma não ter visto uma união tão forte em busca de uma medalha em todo seu tempo com a equipe nacional.
"Agora eu agradeço muito às meninas, à Gabi, por tudo que elas fizeram. Se esforçaram por mim, sabe? Eu queria muito trazer o ouro pra elas ajudar, mas esse bronze para a gente vai valer o ouro porque esse grupo merece. Eu nunca vi um grupo tão dedicado, um grupo querer tanto. De verdade. A nossa geração também queria, a minha geração lá atrás, mas era diferente. Eu senti uma gana diferente desse grupo", disse Thaisa.
A central já havia afirmado que as condições físicas a limitariam e afastariam dos compromissos com a seleção. Thaisa, conhecida como "mamãe" no grupo da Seleção, destacou todo seu empenho para, com toda experiência, ajudar na construção da equipe visando os Jogos de Paris.
"Vira uma família mesmo, uma dando suporte para a outra. Elas me ajudaram muito, porque não é simples. Para mim, está sendo muito difícil. Estou com algumas dores, algumas coisas que todo mundo já sabe. É normal, atleta é isso. É superar mesmo, vai ter dor mesmo e paciência. Eu escolhi estar aqui. Se eu escolhi estar aqui, eu tenho que dar o meu jeito de performar e ajudar o time. Eu só tenho gratidão. Essa medalha coroa, sim, toda essa trajetória e essa dificuldade que eu tive de passar para estar aqui de volta. Mas não seria nada sem as meninas, não seria nada sem o grupo, sem uma por uma dando o seu melhor. Eu não ganharia nada sozinha. Eu não iria conseguir fazer sozinha."