Rio - Flamengo e Vasco não honraram a tradição do clássico. Lutaram, é verdade, mas luta só não basta. O espetáculo foi pobre e o pessoal da televisão teve trabalho para ocupar o espaço dos melhores momentos. Suando tudo, arrumaram 50 segundos, até cara ou coroa e arremesso lateral foram incluídos no cardápio. Os goleiros pouco trabalharam. O Vasco conseguiu mandar uma bola na trave, Paquetá e Vizeu tiveram chances e perderam. Foi tudo. O pior é que essa tem sido a marca do futebol brasileiro: jogos disputados entre intermediárias com raras incursões pelas áreas, no máximo bolas erguidas para tentar a sorte. Nas arquibancadas, o pouco público bocejando. Ação mesmo só nas ruas, onde gangues rivais, usando fantasias de torcedores, acertavam contas e tiravam diferenças entre tiros, bombas de efeito moral e gás de pimenta. Ao fim de hora e meia de mau futebol, um insosso 0 a 0, um pontinho para cada um. As torcidas mereciam algo melhor.
TIRA E BOTA LEVIR CULPI
O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, demitiu Levir Culpi pressionado pela torcida. No dia seguinte, ele decidiu manter Levir Culpi, desta vez por pressão dos jogadores. Depois da derrota de sábado para o São Paulo por 2 a 1, no Pacaembu, voltou a demitir Levir Culpi pressionado pela torcida. Prefiro esperar a reapresentação dos jogadores, marcada para hoje, para ver como vão reagir agora. Quem sabe Levir Culpi não ganha uma nova chance? No Santos de hoje, parece que quem manda é o freguês.
PEDALADAS
O Corinthians conseguiu o que parecia impossível. Jogou mal, perdeu para a Ponte Preta e botou o título, que parecia seu, no mercado. O Palmeiras, que hoje à noite enfrenta o Cruzeiro, vencendo encostará e domingo visitará o próprio Corinthians.
O técnico Abel Braga ainda não tinha sentado no banco de reservas e o Bahia já ganhava por 1 a 0, no Maracanã, com um gol relâmpago do atacante Edgar Junio. Abelão levou algo à boca, não sei bem se um chiclete ou um Isordil.
BOLA DENTRO
O zagueiro Juan, esbanjando vitalidade aos 38 anos, foi verdadeiro nas declarações condenando este calendário alucinante e protestando contra a falta de tempo para descanso e treinamentos.
BOLA FORA
Trauco marca mal e os adversários custaram, mas descobriram o ponto fraco. Hoje, o setor esquerdo transformou-se na via de acesso mais rápida para chegar à área do Flamengo.