Por monica.lima

Como parte do plano de expansão de atendimento a comunidades carentes, o Bradesco inaugurou ontem uma agência na Vila Kennedy, no Rio de Janeiro, região que recebeu a 38ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em maio deste ano. A localidade, que pertence ao bairro de Bangu, tem mais de 130 mil habitantes e até ontem não possuía nenhuma agência bancária, obrigando seus moradores a se deslocarem pelo menos cinco quilômetros para chegar ao banco mais próximo.

A agência do Bradesco é o 14º ponto de atendimento a comunidades, que já inclui Rocinha, Mangueira, Complexo do Alemão, Gardênia Azul, Santo Cristo, Cantagalo, Turano e Santa Marta, no Rio, além de Paraisópolis e Heliópolis, em São Paulo, totalizando o atendimento de mais de 1 milhão de pessoas.

Segundo o diretor executivo do Bradesco, Octávio Lazari Júnior, o plano de assistência às comunidades deve continuar em expansão nos próximos meses. “Essas agências são viáveis para nós e para os moradores. Geralmente se estabelecem como única alternativa para as atividades financeiras do local”, afirma.

Com linhas de crédito criadas especificamente para as localidades, as agências têm como principal objetivo cobrir a demanda das micro e pequenas empresas e desenvolver a economia local. Na Vila Kennedy, os cerca de 500 empresários e comerciantes terão acesso a crédito com maior flexibilidade de prazo para pagamento e de juros — estabelecidos entre 2% e 3% ao mês.

“Daremos toda a atenção a essas empresas, desde educação financeira até linhas de financiamentos. As micro empresas têm nível de mortalidade muito grande. Estatísticas comprovam que de cada 10 abertas, metade fecha em menos de um ano. Nosso objetivo é que perdurem”, explica Lazari Júnior.
O executivo ainda afirmou que, além do aumento da oferta de crédito, a demanda deve melhorar nos próximos meses. Após um ritmo fraco nos seis primeiros meses do ano devido ao número de feriados e à Copa do Mundo, Lazari Júnior espera aumento do consumo de linhas pré-aprovadas no Bradesco. No ano, a carteira de crédito do banco deve ter expansão entre 12% e 14%.

“Um crescimento razoável para o ano que tivemos”, afirma. Porém uma procura ainda menor do que nos últimos anos. “Não dá mais para crescer 20% ou 30%. Tivemos um momento de migração de pessoas muito grande, 40 milhões ascenderam de classe. Agora, temos de ter um crescimento sustentável, não só pelo lado do consumo, mas também do investimento”, explica.

Segundo o executivo, a garantia de que a segunda metade do ano deve ser melhor é o aquecimento das consultas por crédito no segundo trimestre do ano. De acordo com resultados divulgados pelo banco na última semana, só a linha direcionada a pequenas, médias e microempresas, teve aumento entre 12% e 14% nas consultas no período, se comparado ao ano passado. O crédito para pessoa física também deve ter melhor comportamento. Já para grandes empresas, o número de consultas permaneceu estável.

“Por mais que a economia tenha se ressentido no primeiro semestre, no segundo isso muda. Teremos várias datas comemorativas, como o Dia dos Pais, Dia das Crianças, o Natal. As empresas precisam preparar estoque e tendem a tomar mais recursos. A tendência é de que as pessoas físicas também aumentem o consumo”, finaliza Lazari Júnior.

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