São Paulo - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende elevar o capital comprometido em fundos de private equity (PE) e venture capital (VC) de R$ 2,4 bilhões para R$ 4,4 bilhões até 2015. O número de empresas investidas por meio de fundos também irá subir, de 144 para 260 empresas em quatro anos. Os números foram revelados pelo gerente de fundos e investimentos do BNDES, Leonardo Pereira, durante evento realizado pelo GVcepe da Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria em parceira com o escritório Pinheiro Neto Advogados.
De acordo com Pereira, do total de empresas que receberão investimentos, 170 a 180 são micro e pequenas empresas e dessas, 110 são iniciantes. Segundo o executivo, hoje o banco tem participação em 34 fundos de private equity e venture capital que têm um total aportado de R$ 9,1 bilhões, sendo que a participação do BNDES é de R$ 2,4 bilhões. Do total de fundos, 11 são voltados para inovação. “Projetos em inovação são o nosso foco. Também estamos percebendo um maior interesse por investimentos neste segmento”, diz.
Pereira disse ainda que os dois fundos selecionados para mercado de acesso da Bolsa, geridos pelo Leblon Equities e o Brasil Plural, devem captar de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões cada até meados de 2015 e aportar em até oito empresas cada. “O BNDES vai participar com até 30% do total captado”, diz, ressaltando, que a expectativa da instituição e de que dois terços dessas empresas entrem para o mercado de capitais nos próximos três a cinco anos.
Sobre os desinvestimentos no atual cenário de fraca economia, o executivo acredita que a saída se dará via fundo de investimento e também mercado de capitais. De acordo com ele, a carteira do banco tem várias empresas já listadas no Bovespa Mais, principalmente, de médio porte. “Deve ter de duas a quatro empresas que podem vir a mercado, saindo da carteira direto para o Bovespa Mais no prazo de um a 24 meses”, diz, sem detalhar.
O executivo revelou também que a instituição estrutura um fundo de venture capital com investidores estrangeiros focado em biotecnologia, que deve começar entre fevereiro e março do ano que vem. “Este é o período de investimento — selecionar e investir na empresa. Vai ter gestor especializado e será estrangeiro. Esse é um setor nobre do ponto de vista de valor”, diz, revelando que o fundo deve ter entre R$ 100 e 120 milhões. “Não é mais porque se for não vai ter empresa para investir. É uma questão de ecossistema”, explica. Pereira, no entanto, não quis falar sobre a participação do banco. “Estamos tentando incluir empresa menor, que faz medicamento, para investir no fundo, por isso ainda não podemos falar sobre nossa participação”, diz.