Por monica.lima

São Paulo - A retração da atividade econômica, com quedas expressiva de venda de veículos, levou a Cetip, a maior central depositária de títulos privados do país, a projetar um crescimento menor dos negócios da empresa com o registro de operações de empréstimos a automóveis.

Em conferência a analistas na sexta-feira, o presidente da Cetip, Gilson Finkelsztain, previu a queda de receita com o segmento e o aumento da receita com o lançamento de novos produtos. “O número de veículos financiados vem caindo. É bem provável que este ano tenhamos um crescimento menor na unidade de financiamentos”, afirmou.

Segundo Finkelsztain, a Cetip continuará investindo em novos produtos. “Vamos continuar trabalhando no desenvolvimento de novos produtos independente do cenário, para crescer a quantidade de produtos e, como consequência, o faturamento”, disse.

A empresa registrou lucro líquido ajustado de R$ 563,3 milhões no ano passado, avanço de 11,9% sobre 2013. A receita bruta total foi de R$ 1,2 bilhão, expansão de 13,8%. Já a receita líquida atingiu R$ 1 bilhão, com incremento de 11,8% no ano, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 715,2 milhões, 9,7% acima de 2013.

O Conselho de Administração da Cetip aprovou a elevação de pagamento de dividendos de 75% para 85%, o que significa R$ 363 milhões a serem distribuídos até abril e também anunciou a recompra de ações no mercado de até 5.400.00 papéis, ou 2,13% do capital total em circulação no mercado até o dia 3 de março de 2016. “Queremos, de um lado, ter crescimento sustentável e pagamento perene de dividendos e, de outro, manter um nível de recompra que permita, pelo menos, a não diluição por causa dos incentivos de longo prazo e, se possível uma recompra adicional", explicou.

As duas unidades de negócios da companhia apresentaram crescimento, apesar do ambiente macroeconômico desfavorável. A unidade de Títulos de Valores Mobiliários obteve receita bruta de R$ 786,6 milhões, avanço de 14% ante 2013. O resultado reflete a expansão das receitas de custódia (+24,1%), transações (+12,7%) e utilização mensal (+11,9%) e, em menor escala, pelo avanço das linhas de registro (+4,9%) e outros serviços (+3,4%). Já a unidade de Financiamentos também cresceu 13,6% no ano, para R$ 436,2 milhões, mesmo com a redução de 5,4% na quantidade de veículos financiados no país, resultado da queda de 3,1 pontos porcentuais na relação entre veículos financiados e vendidos, que passou de 37,6% para 34,5% em 2014.

Sobre uma maior competição e com a BM&FBovespa, Finkelsztain avalia que deve haver redução de market share.

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