Por parroyo

São Paulo - O desempenho do Ibovespa nas próximas sessões deve se assemelhar ao comportamento das duas últimas semanas. A tendência positiva deve ser mantida, mas alguns movimentos pontuais de realização podem acontecer. Nos últimos cinco pregões, entre altas e baixas, o índice acumulou ganho de 1,65%. Neste ano, o resultado está positivo em 4,79%. Na sexta-feira, o principal índice da Bovespa encerrou em alta de 0,22%, aos 53.975 pontos.

Na avaliação do economista-chefe da SulAmerica Investimentos Newton Rosa, o cenário mundial favorece o Ibovespa, uma vez que a Zona do Euro está em expansão, ainda que inferior ao esperado. Os Estados Unidos mantém trajetória de recuperação e a China ainda cresce ao ritmo de 7% ao ano. “Crescimento e juros baixo se traduzem em alta liquidez no mercado, o que favorece a bolsa. O risco para o Ibovespa se resume às tensões na Europa e às eleições no Brasil”, disse.

O índice já deve começar a semana marcado pela volatilidade devido ao vencimento de opções sobre ações na segunda-feira. A divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de maio será destaque na quarta-feira. O indicador, prévia do IPCA, deve recuar de 0,78% para 0,58%, de acordo com a LCA Consultores. 

“Esse número será importante, pois mexe com a definição da taxa básica de juros, que pode ser selada em 11%. O último dado do varejo [queda de 0,5% nas vendas de março] consolida a disposição do Banco Central em cessar o ciclo de aperto monetário. Tudo indica que o IPCA-15 deve vir em linha com a desaceleração do IPCA de abril”, disse Rosa.

O IPCA mostrou desaceleração de 0,92%, para 0,67% de março para abril. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne nos dias 27 e 28 de maio para decidir sobre o rumo da taxa de juros básica, atualmente em 11% ao ano.

Entre os eventos externos, nos Estados Unidos, é destaque a divulgação da ata do Fomc, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a última reunião. Na ocasião, a autoridade monetária reduziu em US$ 10 bilhões o programa de compra de títulos, para US$ 45 bilhões mensais, e manteve a diretriz de manutenção da taxa de juros entre zero e 0,25% ao ano.

“O relatório não deve apresentar surpresas. O Fed deve manter a avaliação de que a economia americana está retomando o crescimento, mas ainda não no ritmo adequado para deixar de lado a política monetária expansionista. Os juros só devem ser reajustados no ano que vem”, afirmou Rosa.

A indústria da China também deve ser foco de atenção dos investidores. Na noite de quarta-feira, o Índice Gerente de Compras Industrial do país (PMI, na sigla em inglês) medido pelo HSBC, considerado um termômetro do desempenho da economia chinesa, será divulgado.

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