Por marta.valim

Apesar de ver o segmento onde atua “descolado” da evolução geral da economia, o presidente da credenciadora de cartões Cielo, Rômulo Dias, vê desafios ao crescimento em 2014. Os números do segundo trimestre ainda vieram bons, com alta de 25,9% do lucro em 12 meses, que atingiu R$ 796,8 milhões. Em relação ao primeiro trimestre, porém, houve queda de 0,7%. O volume financeiro de transações capturadas foi de R$ 125,3 bilhões, alta de 17,9% em 12 meses. A receita operacional líquida atingiu R$ 1,8 bilhão, 13,6% de alta também em 12 meses.

Dias lembra que este é um ano em que a companhia está fazendo pesados investimentos, e além disso, afirma que a base de comparação (2013) é muito alta. E, claro, o faturamento do negócio depende do aumento do consumo, que de modo geral ameaça ser bastante baixo neste ano.

O lado bom, segundo o executivo, é que o potencial de crescimento é grande, tanto pelas oportunidades de inclusão financeira e de substituição do dinheiro e do cheque pelos cartões, quanto pela baixa penetração dos cartões em segmentos como o da educação. Dias também cita o avanço de tecnologias como o mobile payment: “Já temos cerca de 200 mil clientes usando e acabamos de lançar uma campanha para estimular a adesão”, disse, acrescentando que a solução — que permite receber pagamentos em cartões pelo smartphone — é perfeita para pequenos empreendedores e prestadores de serviços. A Cielo tem o seu desde 2010 e vem atualizando a plataforma. Sua principal concorrente, a Rede, do Itaú, lançou o seu dispositivo de captura por celular neste ano.

Em relação aos investimentos, Dias informa que são R$ 500 milhões somente em modernização e equipamentos como as maquininhas sem fio — fora os gastos com a “tropicalização” da plataforma tecnológica de empresas adquiridas no exterior, e “projetos estruturantes”, que acabam em 2014.

Em relação ao fim das “exclusividades remanescentes” entre alguns produtos e bandeiras e algumas credenciadoras, que deve acontecer até o começo de 2015, Dias se diz a favor Já temos cerca de 200 mil clientes usando e acabamos de lançar uma campanha para estimular a adesão mas considera que o que ainda restou “não é significativo”. A Cielo nasceu como VisaNet, para capturar apenas pagamentos com cartões Visa, mas quando a exclusividade acabou em 2010 mudou de nome e passou a capturar outras bandeiras. Segundo Dias, hoje a Cielo já é a maior também com cartões Mastercard, antes exclusiva da Redecard (hoje Rede).

Somos os maiores compradores globais das maquininhas sem fio. Aumentamos a compra em 1,7% no segundo semestre, e o percentual de sem fio em relação ao nosso total de maquininhas passou de 57,3% para quase 59%”, revela. O número de pontos de venda ativos ao fim do trimestre totalizava 1,47 milhão, o que representa um aumento de 11,3% sobre o mesmo período do ano anterior.

Dias informa que também registrou um aumento de 2,5% na quantidade de lojistas ativos — que usa as maquininhas da Cielo ao menos uma vez por mês.

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