Por parroyo

A cautela prevaleceu no mercado brasileiro nesta terça-feira. Após a pesquisa CNT/MDA mostrar que a presidenta Dilma Rousseff (PT) ampliou a vantagem sobre Marina Silva (PSB) na corrida eleitoral, a bolsa recuou e o dólar disparou. Após operar volátil durante a manhã, o Ibovespa se firmou em campo negativo e amargou a quinta queda consecutiva ao recuar 0,49%, aos 56.540 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,9 bilhões. A moeda americana, por sua vez, avançou 0,53%, cotada a 2,408 na venda – o maior valor em sete meses.

A pesquisa CNT/MDA, divulgada no final da manhã, mostrou que Dilma oscilou de 38,1 para 36% e Marina, de 33,5% para 27,4%. O tucano Aécio Neves teve leve recuperação ao subir de 14,7% para 17,6%. Em um cenário de segundo turno entre as candidatas, o empate técnico permanece, mas a petista passa à frente da ex-senadora: Dilma teria 42% das intenções de voto contra 41% de Marina. Na última pesquisa, a candidata do PSB estava à frente, com 45,5%, enquanto a presidenta tinha 42,7%.

A vantagem de Dilma refletiu no desempenho das ações das estatais, que recuaram e pressionam o Ibovespa. Vale destacar que o movimento vendedor se estende desde segunda-feira, uma vez que o mercado já precificava tal cenário. Petrobras PN caiu 2,23%, Banco do Brasil ON recuou 1,34% e Eletrobras PNB, com queda de 2,86%, liderou as perdas do dia. Na ponta positiva, Marfrig ON subiu 2,92%.

Duas novas pesquisas devem ser divulgadas ainda nesta terça-feira. O Ibope deve ser conhecido a partir das 18h e a Vox Populi será divulgada no Jornal da Record, que começa às 19h45.

Nos Estados Unidos, as bolsas encerraram no vermelho, com a atenção dos investidores voltada para a agenda externa. Embora o índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria da China tenha mostrado avanço ao passar de 50,2% em agosto para 50,5% em setembro, o PMI composto (indústria e serviços) da Zona do Euro recuou neste mês para o menor patamar do ano, o que espalhou cautela pelas bolsas de todo o mundo. O Dow Jones caiu 0,17%, o S&P tinha queda de 0,07% e o Nasdaq subiu 0,10%.

Câmbio

Em meio à incerteza eleitoral, o mercado testa o teto do dólar e a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 2,41 em alguns momentos da sessão. Se antes a banda ideal para o Banco Central (BC), apontada pelos operadores, ficava entre R$ 2,30 e R$ 2,35, agora parece não existir um teto, de acordo com avaliação do gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo.

“O BC aparentemente não está preocupado com essa subida, que tem sido consistente e paulatina. A autoridade monetária faz questão de deixar claro que o câmbio é flutuante, mas sabemos que não é bem assim”, afirmou Galhardo. O BC manteve a oferta de seis mil contratos de swap apesar da disparada da moeda americana, que está cotada no maior nível em sete meses.

“No momento, diversos fatores dificultam o recuo do dólar. No cenário externo, existe a possibilidade de o banco central norte-americano (Fed) adiantar o aperto da política monetária para os primeiros meses de 2015. Já no plano doméstico, a inflação está persistente, o juro alto, o fluxo cambial e a balança comercial estão negativas. Além disso, a incerteza eleitoral contribui ainda mais para o investidor buscar a segurança da moeda americana”, apontou o gerente de câmbio.

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