A bolsa paulista terminou em queda nesta sexta-feira, encerrando uma semana marcada por preocupações com os riscos da deterioração na cena política ao ajuste fiscal e forte valorização do dólar, com balanços corporativos também no radar.
No dia, o Ibovespa caiu 0,76%, aos 49.981 pontos, acumulando um declínio de 3,1% na semana. O volume financeiro no pregão somou apenas R$5,38 bilhões
"A cena política pesou bem forte em todos os ativos locais, que mostraram um desempenho inferior bem claro ante seus pares da América Latina e de outros mercados emergentes", destacou Thiago Montenegro, trader na Quantitas Asset Management.
Bancos ditaram a queda do Ibovespa nesta sexta-feira, com Itaú Unibanco caindo 2,67% Bradesco recuando 1,2%, enquanto Banco do Brasil cedeu 2,40%.
Há preocupação sobre a exposição de instituições financeiras a companhias ligadas às investigações de corrupção na Petrobras.
Investidores aguardam a divulgação da lista de pedidos de abertura de inquérito apresentada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito das investigações da operação Lava Jato.
As ações ordinárias da Petrobras também contribuíram com a queda do índice, fechando em baixa de 1,3 por cento, enquanto as preferenciais caíram 0,43%.
Ainda na ponta negativa, CCR caiu 2,78%, em meio à forte alta dos juros futuros, um dia depois de divulgar balanço mostrando que fechou o quarto trimestre com avanço de 25,3% no lucro líquido.
Já o balanço de MRV Engenharia repercutiu bem e a ação fechou em alta de 4,55 por cento, com analistas chamando atenção para a geração de caixa da empresa, que cresceu 46,5 por cento na comparação anual. A empresa ainda disse que espera repassar preços em linha com a inflação.
O dólar voltou a chamar a atenção e respingar na Bovespa, colocando ações de papel e celulose como Fibria e Suzano Papel na ponta positiva e ajudando Vale a reverter perdas iniciais por causa do cenário de fraqueza do minério de ferro.