Por parroyo

A influência negativa das bolsas norte-americanas pesou sobre o Ibovespa nesta, sexta-feira, e, após fechar em queda de 1,32%, aos 53.954 pontos, o índice terminou a semana com perdas de 0,48%. Entretanto, no mês, a alta acumulada é de 5,48%; no ano, o avanço é de 7,89%. O desempenho positivo é puxado pelos investidores estrangeiros, que aproveitam a atratividade do preço dos ativos com a desvalorização do real.

O movimento comprador, que se mostra forte no mês, tende a arrefecer nos próximos pregões e pode fazer o Ibovespa derrapar. “É um ajuste natural, que acontece após uma subida constante, pois o investidor começa a achar que a bolsa está cara e, por isso, pode haver uma queda até os 52.500 pontos. O viés para a próxima semana é negativo. Mas a perspectiva para o médio e longo prazos é de alta”, pontuou o diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer, Alexandre Wolwacz.

Analistas esperam liquidez reduzida nos próximos pregões, como reflexo do feriado de Tiradentes, que cai na terça-feira, dia em que os mercados ficarão fechados. Diante de uma agenda fraca de indicadores, as atenções do mercado se voltam para a divulgação do balanço auditado da Petrobras, que deve acontecer na quarta-feira.

“Caso a estatal apresente uma avaliação contundente do valor das perdas relativas à corrupção, os papéis podem valorizar um pouco, mas não de maneira exagerada, pois o mercado já precificou que a companhia vai conseguir resolver essa questão e reconquistar a credibilidade”, avaliou o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno, para quem a Bolsa brasileira deve operar sem grandes oscilações nas próximas sessões.

O valor da baixa contábil esperado pelos analistas é de cerca de R$ 6 bilhões. Como a petroleira tem um peso grande na cadeia de investimentos do país, as notícias relacionadas a sua movimentação, neste período em que ocorre a Operação Lava Jato, acaba tendo um peso maior que o das suas ações no Ibovespa. A expectativa pela divulgação do balanço, por exemplo, espalhou otimismo no mercado em ao menos três pregões da última semana.

Na agenda doméstica, o único destaque é o dado de operação de crédito referente a março, a ser divulgado pelo Banco Central na sexta-feira. No exterior, também são esperados poucos indicadores e as atenções devem se voltar para o dado de encomenda de bens duráveis dos Estados Unidos, que será conhecido na sexta-feira. “É um número importante, pois sinaliza o caminho da indústria nos próximos meses”, disse Rostagno.

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