O dólar subiu mais de 2% nesta segunda-feira, após cair nas quatro sessões anteriores, e voltou a fechar acima de R$ 3, reagindo a renovadas preocupações com a crise em torno da dívida grega, apesar de a China ter cortado os juros no fim de semana.
A moeda norte-americana fechou em alta de 2,31%, a R4 3,052 na venda. O dólar também ganhava terreno contra o euro e outras moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano, mas o movimento foi mais forte no Brasil após a divisa acumular queda de 3,16 por cento nos quatro sessões anteriores.
"Quando ficou claro que (o dólar) não ia se sustentar abaixo de R$ 3, muita gente voltou para comprar depois de uma queda relevante", resumiu o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
Alguns operadores acreditam que o BC pode aproveitar a queda recente da moeda norte-americana para reduzir sua posição em swaps cambiais, o que limita o espaço para quedas.
Bolsa
O principal índice da bolsa paulista fechou quase estável nesta segunda-feira, com notícias corporativas e a debilidade dos pregões norte-americanos contrabalançando o efeito positivo do corte de juros na China.
O Ibovespa teve alta de 0,08%, aos 57.197 pontos. O giro financeiro da sessão somou R$ 6,67 bilhões.
O banco central chinês cortou sua taxa de empréstimo referencial de um ano em 0,25 ponto percentual, para 5,1%. Também cortou a taxa de depósito referencial em 0,25 ponto, para 2,25% .
A terceira redução da taxa de juros chinesa em seis meses, anunciada no fim de semana, impulsionou os papéis da mineradora Vale e de siderúrgicas, além de exportadoras, que também se beneficiaram da forte alta do dólar ante o real.
Mas a falta de firmeza em Wall Street e a reunião do Eurogrupo sobre Grécia adicionaram cautela, frearam o ímpeto local. A cena corporativa local trouxe o balanço da Ecorodovias e o laudo da oferta de aquisição das ações da Souza Cruz.
Num relatório de gestão do Fundo Verde de abril, a Verde Asset Management disse ver como temporária a "onda de otimismo" com ativos locais, enquanto afirmou que reduziu sua alocação a ações brasileiras para perto de zero.
Destaques
Vale fechou com as preferenciais em alta de quase 3%, após três pregões de queda, com a decisão da China de cortar os juros corroborando o avanço nos preços do minério de ferro. Badespar, principal acionista da Vale, subiu 2,9%.
CSN e Usiminas também foram destaque entre os maiores ganhos, com o forte avanço do dólar ante o real reforçando o impacto benigno do afrouxamento monetário e da elevação dos preços do minérios, uma vez que também produzem a commodity. Gerdau subiu 0,97%.
Pestrobras colaborou o viés positivo, com as ações preferenciais em alta de 1,48 por cento, enquanto as ordinárias avançaram 1,17%. O Itaú BBA elevou o preço-alvo das PNs para R$ 14,70, mas manteve a recomendação "market perform".