Urias FernandesFoto: Divulgação - Redes Sociais

Guapimirim – Está prevista para as 14h15 desta terça-feira (12) a segunda audiência sobre o acidente e morte do advogado e ex-subsecretário de Agricultura, Pecuária e Pesca de Guapimirim Urias Fernandes, de 56 anos. A sessão judicial ocorrerá no Fórum de Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Urias Fernandes foi vítima de um grave acidente na noite do dia 12 de novembro passado, quando pilotava uma motocicleta na Avenida Dedo de Deus, na altura do bairro Paiol, em Guapimirim. A moto colidiu com um automóvel New Beetle que trafegava na contramão, cuja motorista foi identificada posteriormente como Zilanda Genaio Correa, servidora comissionada na Prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense. A vítima faleceu 10 dias após, em 22 de novembro, de traumatismo craniano, durante internação no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias.
Com o impacto da batida, Urias Fernandes foi lançado a vários metros de altura antes de cair no chão. Inicialmente, a ré respondia por crime de lesão corporal, por conta da colisão. Após o óbito, o caso foi configurado para homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Segundo testemunhos iniciais, Zilanda Genaio teria, supostamente, tentado fugir do flagrante, mas foi contida por populares que impediram a fuga. Em depoimento a 67ª DP (Guapimirim), a autora tinha dito que a vítima estaria pilotando na contramão, mas imagens de câmeras de monitoramento de um supermercado próximo mostraram que a ré mentiu. Por conta disso, ela foi conduzida a 60ª DP (Campos Elíseos) – onde funciona a Central de Flagrantes da Polícia Civil – para prestar novo depoimento.
Consta nos autos do processo que, momentos antes da tragédia, Zilanda Genaio estaria numa reunião política no sítio do ex-prefeito de Guapimirim Zelito Tringuelê, no bairro Cadete Fabres, e que ela, supostamente, teria consumido bebida alcóolica. A suspeita de embriaguez se dá a partir de testemunhos cujos indivíduos não foram citados nominalmente na ação penal. No entanto, a ré não foi submetida a teste de bafômetro no dia do acidente.
O ex-prefeito e a ex-primeira-dama Paula Tringuelê – também ex-deputada estadual – foram incluídos como testemunhas processuais para esta segunda audiência de hoje, mas não teriam sido encontrados para receber a intimação judicial. A ré trabalhou no governo do ex-mandatário municipal.
Urias morreu em 22 de novembro de 2022. Seis meses após, em 22 de maio de 2023, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ofereceu denúncia contra a ré e pediu que Zilanda Genaio ficasse proibida de dirigir como forma de “garantia da ordem pública”. Três dias depois, a 2ª Vara da Comarca de Guapimirim suspendeu cautelarmente a carteira de habilitação dela.
Também consta nos autos processuais que, em março de 2008, Zilanda Genaio cometeu uma infração prevista no Artigo 309 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997), de dirigir sem habilitação ou sem permissão em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. No ano seguinte, o caso foi arquivado a pedido do MPRJ.
Familiares e amigos da vítima pedem justiça e anseiam que o caso não fique impune. A primeira audiência sobre o homicídio de Urias aconteceu no último dia 22 de agosto, nove meses após o óbito.