Rio - Com o inverno se aproximando, manter a casa aconchegante e um banho quente sempre cai bem. Mas, como em qualquer outro aparelho movido à energia, o uso correto do aquecedor a gás é essencial para garantir o conforto e segurança da família. Nesta época, é comum que as pessoas fiquem mais tempo em locais fechados.
Por isso, o cuidado com os equipamentos deve ser redobrado. Com um pouco de observação, é fácil descobrir a necessidade de manutenção na peça. Segundo a especialista da Ceg/CegRio, Christiane Delart, um desses sinais é a cor da chama do aquecedor. “Ela deve ser azulada e constante. Se estiver amarelada e instável, significa que o aquecedor pode estar desregulado”, explica Christiane.
Para destacar como o tema é de importância, no dia 18 de maio completou dois anos da explosão no Edifício Canoas, em São Conrado. O acidente envolveu a instalação de gás de um apartamento, deixou uma pessoa morta e uma parte do prédio destruída. E, mesmo com a Lei Estadual nº 6890, de 18 de setembro de 2014, em vigor desde março de 2015, que determina a autovistoria nas instalações de gás, uma nova explosão aconteceu no dia 5 de maio, deixando quatro pessoas feridas — duas delas com gravidade.
Esse último acidente ocorreu no bairro de Duques, em Itaboraí, durante a troca de um cilindro de gás. O engenheiro, perito e diretor do Grupo Delphi, David Gurevitz, especializado em autovistoria predial, orienta que as inspeções devem ser realizadas a cada cinco anos, abrangendo todos os equipamentos e instalações integrantes do sistema de fornecimento, distribuição e utilização de gás. Cabe aos síndicos, proprietários ou usuários das unidades, sejam residenciais ou comerciais, providenciar a realização da Inspeção Periódica de Gás por empresas acreditadas no Inmetro.
ERROS EM 55% DOS IMÓVEIS
Nas vistorias da Delphi no último ano, foram encontrados erros em 55% dos imóveis. Entre eles, vazamentos, aquecedor a gás no banheiro, chaminé do aquecedor com danos, espaço sem ventilação apropriada, queima inadequada no fogão ou aquecedor e excesso de monóxido de carbono (CO) no ambiente. “Os acidentes com gás não são incomuns e têm grande potencial de gravidade. Vazamentos de gás estão relacionados a explosões, que podem destruir não só um apartamento, mas todo o prédio. Intoxicações com CO também são responsáveis por diversos casos de morte”, diz o especialista.
Em geral, as vítimas só percebem que há algo errado quando já foram atingidas e existe um comprometimento muscular que dificulta sua movimentação para sair rapidamente do ambiente. Portanto, é primordial promover a segurança das instalações de gás com a realização da autovistoria”, ressalta Gurevitz. A lista com os nomes das empresas credenciadas pelo Inmetro para realizar as inspeções está disponível no site www.inmetro.gov.br/organismos. Clique em Instalações Prediais de Gás Combustível - OIA - IG.