Lojas no Ceasa em Irajá pegam fogo e bombeiros combatem o incêndioPedro Ivo / Agência O Dia

Rio – O Corpo de Bombeiros informou que não vê relações entre os incêndios de domingo (30) e desta segunda-feira (31) que atingiram o Centro Estadual de Abastecimento do Rio (Ceasa), em Irajá, na Zona Norte, por terem ocorrido em locais diferentes e com causas e focos aparentemente diferentes também.

"O trabalho aqui se resume em dois grandes de galpões, que basicamente têm dentro deles material descartável, como garrafas de água mineral e também muito engradado de bebida alcoólica como cerveja", explicou o chefe do Corpo de Bombeiros, Fábio Contreiras.
O incêndio desta segunda já foi controlado. Ele atingiu três lojas e dois depósitos de materiais descartáveis. A atuação dos bombeiros durou mais ou menos seis horas. Até o momento, há viaturas aéreas fazendo combate por fora da edificação através de buracos abertos nos telhados e equipes fazendo o combate direto dentro dos galpões. O trabalho de rescaldo, para apagar os focos que podem reacender as chamas, deve perdurar por toda a madrugada e também pelo dia de amanhã.

O episódio foi considerado um grande incêndio, pois mobilizou várias unidades, 18 ao total, e contou com 60 bombeiros e 40 viaturas: Penha, Centro de Suprimento e Manutenção (CSM), Grupamento Técnico de Suprimento de Água para Incêndio (GTSAI), Duque de Caxias, Campinho, Guadalupe, Irajá, Catete, Nova Iguaçu, Jacarepaguá, Tijuca, Vila Isabel, Barra da Tijuca, Humaitá, Ilha do Governador e Central, com suporte de equipes da Diretoria Geral de Socorro de Emergência (DGSE), do Grupamento Técnico de Suprimento de Água para Incêndios (GTSAI) e do Centro de Suprimento e Manutenção (CSM) da corporação.

Os agentes também contaram com apoio de drones, que mapearam a extensão da área tomada pelas chamas, e do helicóptero do Corpo de Bombeiros, usado para mapear focos de incêndio. Foram empregados, aproximadamente, 380 mil litros de água até o início da noite.

Apesar do controle da situação, ainda existe risco de queda de prédio, já que uma laje que separa uma sobreloja do primeiro andar ao fundo de um dos galpão caiu. Apesar da laje estar intacta em algumas áreas, ela ainda demonstra deformações de que vai cair. O local foi isolado e nem os bombeiros circulam pelo local.

"Assim que acabarmos o combate, vamos entregar o local para a Defesa Civil do município do Rio, os engenheiros vão fazer a avaliação e vão interditar ou não o local conforme os laudos", explicou o Capitão Contreiras, esclarecendo que ainda não é possível informar se o trabalho será encerrado nesta segunda ou na terça-feira (1):
"Dependerá muito de como vai começar esse trabalho do rescaldo. Os engenheiros da Defesa Civil já estão aqui aguardando, então pode ser que eles já comecem em algumas áreas já liberadas pelo Corpo de Bombeiros."

O Chefe de Segurança do Ceasa, Denilson, descartou a hipótese dos incêndios serem frutos de sabotagem. Ele informou também que o fogo deste domingo teria sido iniciado por um ar-condicionado que foi esquecido ligado, e que descartáveis e outros materiais inflamáveis ajudaram o incêndio a se espalhar.

As investigações do incêndio estão a cargo da 27ª DP (Vicente de Carvalho). A Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito para apurar as circunstâncias do incêndio, e que a perícia será realizada no local assim que as chamas forem controladas.
A Polícia Militar também esteve presente no local, principalmente para coibir os saques que ocorreram pela manhã. A corporação afirmou que policiais militares do 41ºBPM (Irajá) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM) foram deslocados para reforçar o policiamento no perímetro do Ceasa.

O DIA presenciou um rapaz sendo detido, durante a tarde, enquanto tentava saquear um dos locais. A PM, porém, afirmou em nota que "até o momento, não houve ocorrências envolvendo detidos no local."
* Reportagem de Anna Clara Sancho. Colaborou a estagiária Beatriz Coutinho, sob supervisão de Thiago Antunes