TilápiaFoto: Leonardo Fonseca

Maricá - As tilápias cultivadas no Centro de Inovação e Aquicultura de Maricá (Ciamar) desde janeiro deste ano foram despescadas na última semana. Ao todo, foram retiradas 3,2 toneladas de peixes.
Os peixes estavam com cerca de 500 gramas. De acordo com a bióloga Marinha e doutoranda no Ciamar, Juliana Assis, as tilápias em tamanho comercial tradicional variam entre 400 gramas a um quilo.
A despesca foi feita dividida em dois dias: no primeiro, houve a redução do nível da água e retirada de metade das tilápias. E no segundo dia, a retirada da outra metade.
A destinação foi para a cadeia produtiva local para testar novos tipos de ração.
Esse processo de despesca faz parte da preparação da nova fase da produção no complexo, que também teve a retirada de todos os camarões neste mês de agosto.
"A próxima fase prevê início de novos ciclos, sejam de camarões e ou tilápias. As tilápias vão começar sua nova produção em 20 de setembro, seguindo seu objetivo de produzir biomassa de peixes e bactérias de interesse à produção de camarões em bioflocos", adianta Juliana.
Função primordial
Apesar do complexo, localizado no Espraiado, ter uma produção maior de camarões, o cultivo de tilápias tem papel fundamental no projeto.
Segundo o coordenador do Ciamar, Khauê Vieira, as tilápias são animais mais resistentes aos compostos nitrogenados, que são naturalmente introduzidos nos tanques pelos próprios animais, após se alimentarem com a ração.
"As tilápias resistem a essa grande quantidade de nitrogênio na água. Junto com o composto, aparecem também bactérias que decompõem esse nitrogênio. Elas são essenciais para as tilápias e para os camarões. Quando precisamos dessas bactérias, jogamos direto na água dos camarões, que não precisam passar por todo o processo, já que são mais sensíveis", explica Khauê.