Coronavírus: Oxford publica resultados preliminares de fase 3 de vacina em revista científica
De acordo com o estudo, que ainda está em andamento, a vacina mostrou eficácia média de 70,4%, com até 90% de eficácia no grupo que tomou a dose menor
Por O Dia
Nova York - A farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford foram os primeiros a publicar em uma revista científica os resultados preliminares de testes de fase 3 da vacina contra a Covid-19. Os dados foram compartilhados, nesta terça-feira (8), na revista científica "The Lancet", um dos periódicos mais importantes do mundo sobre estudos científicos.
A publicação em revista científica significa que os dados dos testes foram revisados por outros cientistas e validados. Entretanto, isso não significa que a vacina será aplicada imediatamente na população. Antes, é preciso que órgãos reguladores, do Reino Unido e do Brasil, aprovem o imunizante.
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De acordo com o estudo, que ainda está em andamento, a vacina mostrou eficácia média de 70,4%, com até 90% de eficácia no grupo que tomou a dose menor.
A vacina de Oxford é uma das quatro que estão sendo testadas no Brasil e foi a aderida pelo Governo Federal. A previsão é que 30 milhões de doses devem ser entregues até o fim de fevereiro. Além disso, estima-se que mais 110 milhões de doses sejam produzidas no segundo semestre do ano que vem.
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Eficácia em idosos
Ainda de acordo com a publicação feita na Lancet, a eficácia do imunizante de Oxford entre idosos, um dos grupos de maior risco para covid, não pôde ser avaliada e só será conhecida depois de novas análises. De acordo com os cientistas, novas análises desse grupo serão necessárias porque o número de voluntários nessa faixa etária que participaram do estudo foi muito pequeno.
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Na análise de eficácia, os pesquisadores avaliaram a distribuição de 131 infecções entre os grupos placebo e vacinados, mas somente cinco desses contaminados tinham mais de 55 anos, o que tornou impossível uma análise estatisticamente significativa entre os mais velhos. "A eficácia da vacina em grupos de idades mais avançada não pôde ser avaliada, pois havia poucos casos. Os autores afirmam que está análise será concluída no futuro", informa nota do The Lancet divulgada para a imprensa.
De acordo com Merryn Voysey, um dos autores do artigo, a insuficiência de dados entre idosos ocorreu porque o recrutamento de pessoas maiores de 55 anos começou mais tarde.
"Para avaliar a eficácia da vacina, precisamos ter um número suficiente de casos de covid-19 entre os participantes para indicar que a vacina os está protegendo contra doenças. Como o recrutamento de adultos mais velhos começou mais tarde do que em adultos mais jovens, houve menos tempo de acompanhamento para essas coortes e menos tempo para acumular casos de covid-19. Isso significa que temos que esperar mais para ter dados suficientes para fornecer boas estimativas de eficácia da vacina em subgrupos menores", afirmou o cientista.
A conclusão pode atrapalhar os planos do Ministério da Saúde de iniciar a vacinação no País entre profissionais de saúde e idosos. Até esta segunda-feira, 7, a principal aposta do governo brasileiro era a vacina de Oxford por causa de um acordo já firmado de fornecimento de 100 milhões de doses.
Segundo o cronograma apresentado na semana passada pelo ministério, a vacinação começaria em março com profissionais de saúde e idosos a partir dos 75 anos e seria gradualmente ampliada para idosos de outras faixas etárias. A estimativa do ministério era imunizar quase 30 milhões de idosos nas primeiras fases da campanha.