Remédio poderá estar disponível em março ou abril se for aprovado pelo regulador de medicamentos após análise das evidências do estudo - Pixabay
Remédio poderá estar disponível em março ou abril se for aprovado pelo regulador de medicamentos após análise das evidências do estudoPixabay
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Cientistas do Reino Unido estão testando um novo medicamento, desenvolvido pela University College London Hospitals (UCLH) e AstraZeneca, que pode impedir que alguém exposto ao coronavírus desenvolva a doença Covid-19, e, assim, salvar muitas vidas, segundo publicação do The Guardian.
A terapia com anticorpos conferiria imunidade instantânea contra a doença e poderia ser administrada como um tratamento de emergência para pacientes internados em hospitais e residenciais para idosos para ajudar a conter os surtos.
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A droga, criada pela farmacêutica AstraZeneca e chamada de AZD7442, é uma combinação de dois anticorpos monoclonais, feitos em laboratório a partir de anticorpos de pessoas que se recuperaram da covid-19.

A ideia é avaliar a ação da droga em pessoas que tiveram exposição recente ao vírus, mas ainda não desenvolveram os sintomas. O remédio impediria a doença de se manifestar ao combater a ação viral logo no início, agindo como uma profilaxia pós-exposição.

Outro protocolo de pesquisa da farmacêutica tem como objetivo testar a droga em pessoas que ainda não tiveram contato com o vírus, para que sua ação preventiva seja investigada.

Nos dois casos, o medicamento tem como alvo a proteína spike do vírus, responsável por sua entrada na célula humana. "A proteína spike do SARS-CoV-2 contém o RBD (domínio receptor-obrigatório) do vírus, que permite que o vírus se ligue a receptores nas células humanas. Ao alvejar esta região da proteína spike do vírus, os anticorpos podem bloquear a ligação do vírus às células humanas e, portanto, espera-se que bloqueiem a infecção", explica a farmacêutica nos protocolos das estudos registrados no site clinicaltrials.gov, plataforma de pesquisas clínicas do governo americano.
Pessoas que vivem em famílias onde alguém pegou Covid-19 também podem receber o medicamento para garantir que também não sejam infectadas. Também pode ser dado a estudantes universitários, entre os quais o vírus se espalhou rapidamente.
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A médica Catherine Houlihan, virologista da University College London Hospitals que está liderando o estudo sobre o medicamento, disse que "se pudermos provar que este tratamento funciona e evitar que as pessoas sejam expostas ao vírus para desenvolver o Covid-19, seria uma adição importante ao arsenal de armas que está sendo desenvolvido para combater esse vírus terrível".
A equipe espera que o teste mostre que o coquetel de anticorpos protege contra Covid-19 por entre seis e 12 meses. Os participantes dos testes estão recebendo o medicamento em duas doses. Se for aprovado, será oferecido a alguém que foi exposto à Covid nos oito dias anteriores.
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Segundo Houlihan, o remédio poderá estar disponível em março ou abril se for aprovado pelo regulador de medicamentos após análise das evidências do estudo. "A vantagem deste medicamento é que ele fornece anticorpos imediatos", disse Houlihan.