Remdesivir
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O comando da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que, até agora, seu estudo abrangente Solidarity mostra não haver evidências de que o medicamento remdesivir seja bem-sucedido para auxiliar no tratamento de pacientes hospitalizados por covid-19. A entidade notou, durante entrevista coletiva virtual, que outros estudos menores viram benefícios no uso do remédio, mas apenas em alguns subgrupos.

Cientista-chefe da instituição, Soumya Swaminathan disse que alguns estudos menores mostraram "benefícios marginais" com o uso do remdesivir. Segundo ela, a análise do medicamento continua a ocorrer, mas até agora não houve a conclusão de que seu uso poderia ser vantajoso no tratamento.

A diretora técnica da resposta da OMS à pandemia, Maria Van Kerkhove, também comentou o assunto. Segundo ela, no momento a recomendação da entidade é que não se use o medicamento, por falta de evidência de sua eficácia.

Em outro momento da coletiva, Kerkhove alertou para o "aumentou exponencial" dos casos da covid-19 pelo mundo em semanas recentes, voltando a enfatizar a importância de medidas como o distanciamento social e o uso de máscaras para conter o problema Kerkhove ainda defendeu que primeiro todos os profissionais de saúde do mundo sejam vacinados, antes que se passem para outros grupos.

Swaminathan, por sua vez, falou sobre uma força-tarefa que busca expandir a produção e combater barreiras para a exportação de vacinas, de modo a acelerar a imunização pelo mundo.
Liberação no país
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Há um mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o registro do medicamento para pacientes com a Covid-19. O antiviral Remdesivir tem na bula a recomendação para o tratamento contra o vírus. Especialistas da agência afirmaram que o uso deve ser restrito em unidades hospitalares, para que os pacientes possam ser adequadamente monitorados.
O medicamento só poderá ser utilizado em pessoas infectadas que se encontram hospitalizadas e com pneumonia, mas não poderá ser administrado em pacientes que esteja em ventilação mecânica. Além disso, somente adultos e maiores de 12 anos com pelo menos 40 kg poderão usar o medicamento.
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"A aprovação está ligada ao paciente de pneumonia com necessidade suplementar de oxigênio, desde que o paciente não esteja em ventilação mecânica. Assim, foi possível concluir que o tratamento pode prevenir uma progressão da doença. A liberação acompanha a decisão de vários países", Renata Lima Soares, gerente de Avaliação, Segurança e Eficácia da Anvisa.
O Remdesivir é produzido pela biofarmacêutica Gilead Sciences e é um medicamento sintético para ser aplicado de forma intravenosa (injetado na veia), agindo de forma a impedir a replicação viral.
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*Com informações do Estadão Conteúdo