Benjamin Netanyahu deixa o poder após 12 anosOded Balilty / AFP
O direitista Bennet, apoiado por uma aliança entre esquerda e direita que inclui partidos árabes, obteve o voto favorável de 60 dos 119 deputados presentes (dos 120 da Câmara), e 59 contra, pertencentes ao Likud do chefe de Governo cessante e dos grupos de extrema direita e ultraortodoxos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, parabenizou o novo líder israelense. "Felicito o primeiro-ministro Naftali Bennett, o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, e todos os membros do novo gabinete israelense", disse em um comunicado.
Biden acrescentou que está "totalmente comprometido em trabalhar com o novo governo israelense para promover segurança, estabilidade e paz para israelenses, palestinos e povos de toda a região".
Composição
Depois das últimas eleições legislativas de março, a oposição se uniu contra Netanyahu e surpreendeu ao conquistar o apoio do pequeno partido Lista Árabe Unida, o primeiro partido árabe a fazer parte de uma coalizão governista. O Lista Árabe Unida, que foi cortejado por Netanyahu e Lapid, exigiu novos programas e gastos para os cidadãos árabes de Israel, que representam cerca de 20% da população. Partidos ultraortodoxos, antigos aliados de Netanyahu, não farão parte do governo pela primeira vez, com duas breves exceções, desde 1977.
"O governo trabalhará para toda a população, religiosa, laica, ultraortodoxa, árabe, sem exceção", prometeu Bennett. "A população merece um governo responsável e eficaz que coloque o bem do país em primeiro lugar em suas prioridades", acrescentou Lapid, que se tornará ministro das Relações Exteriores durante os próximos dois anos.
Lapid intermediou o acordo de divisão de poder entre oito partidos com pouco em comum além da determinação de acabar com o contencioso governo de Netanyahu, que se agarrou ao poder apesar de ser julgado por corrupção e não conseguir obter a maioria após quatro inconclusivas eleições em dois anos.
O partido Likud, de Netanyahu, se comprometeu com uma "transição pacífica de poder" após mais de dois anos de crise política. Se a aliança não fosse aprovada, os israelenses teriam de participar de um quinto processo eleitoral em pouco mais de dois anos.
Não faltarão desafios para o novo governo, como uma marcha planejada para amanhã pela extrema direita israelense em Jerusalém Oriental, um setor palestino ocupado por Israel.
O movimento radical islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, enclave palestino sob bloqueio israelense, ameaçou retaliar se a marcha ocorrer perto da Esplanada das Mesquitas. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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