Presidente do Peru rejeita pedido de militares reformados para desconsiderar eleiçõesAFP
Presidente do Peru rejeita pedido de militares reformados para desconsiderar eleições
A apuração de 100% das mesas de votação terminou na terça-feira (15) e resultou em 50,12% para Castillo, com 44 mil votos à frente de Keiko Fujimori
O presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, rejeitou nesta sexta-feira (18) um apelo de militares reformados para que as Forças Armadas impeçam que o candidato de esquerda, Pedro Castillo, seja proclamado vencedor das eleições de 6 de junho.
"É inaceitável [...] que um grupo de aposentados das Forças Armadas pretenda incitar o alto comando do Exército, da Marinha e da Força Aérea a violar o Estado de Direito", disse Sagasti em declaração pela TV.
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Centenas de oficiais aposentados assinaram uma carta que, ecoando as alegações de "fraude" feitas pela candidata de direita, Keiko Fujimori, pede aos chefes das Forças Armadas que não deixem que o provável novo presidente seja proclamado de "forma ilegal e ilegítima" pelo Júri Nacional Eleitoral (JNE).
“Em uma democracia, as Forças Armadas não são deliberativas, são absolutamente neutras e respeitam escrupulosamente a Constituição”, afirmou Sagasti, que deve entregar o governo ao novo presidente em 28 de julho.
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A carta dos oficiais foi entregue nesta quinta-feira na sede do Comando Conjunto das Forças Armadas, em Lima, enquanto o país aguarda o JNE terminar de resolver as contestações de votos, em sua maioria apresentadas por Keiko, e proclamar o vencedor.
“Pedi à ministra da Defesa [Nuria Esparch] que coordene o envio destas cartas ao Ministério Público, para que [...] sejam realizadas as investigações necessárias para apurar possíveis condutas lesivas à ordem constitucional e estabelecidas as respectivas responsabilidades", disse Sagasti.
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A apuração de 100% das mesas de votação terminou na terça-feira e resultou em 50,12% para Castillo, com 44 mil votos à frente de Keiko Fujimori.
A mensagem dos oficiais, que segue outra semelhante, divulgada na segunda-feira por 64 generais e almirantes aposentados, afirma que "altos funcionários do governo" tomaram "parte a favor" de Castillo, o que foi negado por Sagasti.
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Keiko Fujimori insiste em denunciar uma fraude eleitoral desde que Castillo passou a sua frente na votação, mas sem fornecer provas concretas. Por outro lado, observadores eleitorais da Organização dos Estados Americanos (OEA) indicaram que a votação foi limpa, sem "irregularidades graves".
Três dias após as eleições, as Forças Armadas pediram aos peruanos que "respeitem" o resultado das eleições. Sagasti pediu, por sua vez, que não seja colocada "em perigo" a democracia, que "nos levou muito tempo e esforço para construir [...] ao longo de nossos turbulentos 200 anos de vida republicana".
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