Donald TrumpMandel Ngan/AFP

Por AFP
Weslaco - Donald Trump comparecerá à fronteira com o México nesta quarta-feira (30) para criticar "a pior crise migratória" da história dos Estados Unidos, causada, segundo ele, por seu sucessor, Joe Biden, e para retomar o fio condutor de sua Presidência: a luta contra a imigração ilegal.
Uma "fronteira sul destruída", "uma verdadeira zona de desastre", afirma Trump diante da possibilidade de uma nova candidatura presidencial em 2024. O republicano não perdeu sua retórica desde sua "reclusão" em suas propriedades na Flórida e Nova Jersey.
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Com essas palavras, o republicano anunciou seu primeiro compromisso desde que deixou a Casa Branca em 20 de janeiro. O ex-presidente estará em Weslaco, uma pequena cidade no extremo sul do Texas, perto da fronteira.
A calma reinou neste município na manhã desta quarta-feira, antes da chegada do ex-presidente. Uma caminhonete repleta de bandeiras Trump simboliza a reminiscência de sua popularidade neste estado conservador.
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Mais precisamente no Texas, em 12 de janeiro, ele fez sua última visita oficial para falar sobre imigração.
Junto com o governador do Texas, Greg Abbott, e uma delegação de parlamentares republicanos, ele se encontrará com autoridades por volta das 11h30 (13h30 de Brasília) para uma reunião de "segurança da fronteira" e, em seguida, visitará, uma hora depois, uma parte do "muro" que separa os Estados Unidos do México.
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"Construam o muro!", ouvia-se com frequência em seus comícios antes de sua eleição em 2016.
Durante seus quatro anos como presidente, aproximadamente 600 quilômetros foram levantados, embora a maioria desses trechos tenha sido apenas melhorias em cercas já existentes.
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Para os republicanos, o programa do bilionário funcionou, mas a chegada de Biden à Casa Branca com a promessa de uma política de imigração "mais humana" gerou um efeito de atração ao país.
A primavera foi marcada por prisões recordes na fronteira sul dos Estados Unidos, de 3.200 quilômetros.
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Em maio, cerca de 180.000 pessoas foram presas após entrarem ilegalmente, o maior número em 15 anos.
A oposição acusa a vice-presidente, Kamala Harris, responsável por gerenciar a migração irregular, de ignorar a "crise".
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O governador do Texas decretou em meados de junho que o estado continuará a construir o muro fronteiriço. E a governadora republicana da Dakota do Sul, Kristi Noem, acaba de anunciar que enviará dezenas de soldados da Guarda Nacional de seu estado para a fronteira, apesar de estar a mais de 2.000 quilômetros de distância.
Os democratas acusam os republicanos de manipulação política e garantem que o aumento de migrantes na fronteira se deve a vários fatores, ao mesmo tempo em que relembram a polêmica política da separação das famílias imposta por Trump.
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Sob sua Presidência, quase 4.000 crianças migrantes foram separadas de suas famílias. No início de junho, mais de 2.000 ainda não haviam se reunido com seus entes queridos.
"Palhaços" 
"Por quatro anos, os republicanos ficaram em silêncio enquanto Trump sabotava nosso sistema migratório", afirmou o porta-voz do Partido Democrata, Ammar Moussa, nesta quarta-feira, chamando a visita do ex-presidente de um "espetáculo de palhaços".
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Banido das redes sociais desde o ataque dos seus apoiadores ao Capitólio em 6 de janeiro, Trump mantém muita influência em seu partido.
E está determinado a continuar tendo peso na política americana.
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Depois de meses quase em silêncio, sua agenda se acelera. O magnata do mercado imobiliário voltou a fazer comícios no último sábado, em Ohio, como início de sua campanha para as eleições parlamentares e locais de novembro de 2022.
Diante de milhares de apoiadores, ele repetiu suas acusações infundadas a respeito do "roubo" na última eleição, ao perder para Biden. E deu a entender que vai tentar uma nova candidatura nas próximas eleições presidenciais.
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Ele fará outro grande comício neste sábado em Sarasota, na Flórida.