Em três dias, a cidade de Zhengzhou recebeu o equivalente a quase um ano de chuva, conforme o serviço meteorológicoAFP / CHINA OUT
Quase 200 mil pessoas foram retiradas de suas casas em Zhengzhou, cidade de 10 milhões de habitantes que fica 700 km ao sul de Pequim.
Em três dias, a cidade recebeu o equivalente a quase um ano de chuva, conforme o serviço meteorológico.
A água obstrui rapidamente as tubulações da rede de esgoto e saneamento e transformou as artérias da capital da província de Henan em enxurradas de lama.
Nesta quarta-feira, 21, a televisão pública CCTV exibiu imagens de moradores surpreendidos nas ruas no dia anterior, empurrando seus veículos com água até a cintura.
Outras imagens nas redes sociais mostravam pedestres em meio ao caos e levados pela força das águas. Zhengzhou foi colocada em alerta vermelho na terça-feira, 20, o nível mais alto para o clima na China.
Devido a um anúncio tardio do alerta e à manutenção do funcionamento dos transportes públicos, porém, muitos moradores foram trabalhar. Foi no metrô da cidade que a situação se revelou mais dramática.
Em imagens divulgadas nas redes sociais, viam-se passageiros do metrô com água até o pescoço em um vagão, agarrados às barras de apoio.
No Weibo (o Twitter chinês), um passageiro contou que as equipes de emergência abriram o teto do vagão para retirar os passageiros, um a um. Outras imagens mostravam uma pessoa sentada no teto de um vagão parcialmente submerso em um túnel.
O balanço parcial das fortes chuvas é de 25 mortos e sete desaparecidos, disseram as autoridades locais à imprensa nesta quarta-feira.
Em Henan, os danos são estimados em 542 milhões de iuanes (em torno de 71 milhões de euros).
O Exército foi convocado para reforçar os trabalhos de resgate na capital da populosa província de Henan, onde se acumulou, em três dias, o esperado para um ano de chuva.
A cidade "registrou uma série de tempestades raras e violentas, provocando um acúmulo de água no metrô de Zhengzhou", explicaram as autoridades da cidade, em uma mensagem na rede social Weibo.
Os serviços de emergência decretaram alerta de nível 2 para o conjunto do país, em função das inundações.
Mais de 36 mil moradores da cidade foram afetados diretamente pelas chuvas.
As autoridades fecharam o metrô e suspenderam centenas de voos no aeroporto da cidade.
O serviço meteorológico de Zhengzhou anunciou que esta foi uma das chuvas mais intensas na cidade desde o início do registro destes dados, há 60 anos.
O Diário do Povo informou que as chuvas provocaram o desabamento de casas. Ao menos uma pessoa morreu, e duas estão desaparecidas. Ainda de acordo com a imprensa local, a queda de um muro deixou dois mortos.
O presidente Xi pediu a mobilização de esforços.
"As barragens afundaram, provocando feridos em estado grave, mortes e danos. A situação pelas inundações é extremamente grave", declarou, de acordo com a televisão nacional.
Barragem em perigo
Os militares pretendem organizar uma operação de emergência que inclui dinamitar e desviar as cheias para evitar uma catástrofe.
O transporte em Henan permanecia interrompido na noite desta quarta-feira, com muitas estradas ainda intransitáveis.
Cerca de 30 trens foram cancelados em Zhengzhou, e 70% dos voos que partem e chegam ao aeroporto da cidade também foram cancelados, segundo o site especializado VariFlight.
As chuvas sazonais provocam grandes inundações a cada ano na China. A ameaça aumentou nos últimos anos, porém, devido à construção de barragens, ou a desvios do leito dos rios que cortam, muitas vezes, as conexões existentes entre os rios e lagos adjacentes.
Em 2020, inundações sem precedentes no sudoeste do país afetaram estradas e obrigaram dezenas de milhares de moradores a procurarem abrigo em áreas seguras.
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