Invasão no Capitólio, nos EUAAFP

A invasão do Capitólio americano por seguidores do magnata republicano Donald Trump teve como objetivo "perturbar a democracia" americana, disse o representante democrata Bennie Thompson, na abertura de uma comissão investigadora do Congresso sobre este episódio de 6 de janeiro.

"Sabemos que há evidências de um ataque planejado coordenado. Sabemos que os homens e as mulheres que invadiram o Capitólio queriam inviabilizar a transferência pacífica do poder neste país", disse o democrata.

Thompson abriu a audiência desta comissão da Câmara dos Representantes composta para investigar os incidentes de 6 de janeiro. Na data, como pode ser visto em vários vídeos, centenas de simpatizantes de Trump, muitos armados, entraram à força no Capitólio e atacaram policiais.

O presidente da comissão disse que o ataque foi o mais violento desde que os britânicos invadiram a sede do Legislativo americano, em 1814.

A representante Liz Cheney, a republicana de mais alto escalão no comitê e uma crítica aberta de Trump, alertou seus colegas republicanos contra as tentativas de "encobrir" a realidade do ataque. "Nenhum membro do Congresso deve agora tentar defender o indefensável, obstruir esta investigação, ou encobrir o que aconteceu neste dia. Devemos agir com honra e dever e no interesse da nossa nação", frisou.
"Se o Congresso não agir com responsabilidade, isso continuará sendo um câncer para nossa república constitucional", continuou.
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"Devemos saber o que aconteceu aqui no Capitólio. Também devemos saber o que aconteceu a cada minuto desse dia na Casa Branca", insistiu.

Uma das poucas vozes republicanas a apoiar esta investigação, Liz Cheney defendeu que a tomada do Capitólio não pode ficar sem investigação: "Enfrentaremos a ameaça de mais violência nos próximos meses, e outro dia 6 de janeiro a cada quatro anos".

A audiência foi aberta com o depoimento do agente da polícia do Capitólio Aquilino Gonell, um veterano militar de operações no Iraque. Ele foi agredido e ferido pelos invasores.

"No Iraque, esperávamos a violência armada, porque estávamos em uma zona de guerra. Nada, na minha experiência no Exército, ou como policial, me preparou para o que enfrentamos em 6 de janeiro", disse ele à comissão.