Presidente Jovenel MoiseReprodução

Até este sábado, 7, a Justiça haitiana ainda não havia iniciado sua investigação sobre o assassinato do presidente Jovenel Moise por um comando armado, um mês após o crime que mergulhou o país em uma nova crise.
“É uma questão delicada e política. Antes de aceitar investigar o assunto, o juiz pensa na segurança dele e de sua família. Por isso os magistrados de instrução não estão muito entusiasmados com a ideia de aceitar o caso”, disse um deles à AFP.
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“Vários juízes de instrução já informaram ao decano do tribunal de primeira instância em Porto Príncipe que não têm interesse em trabalhar no caso”, acrescentou a fonte judicial.
Para tranquilizar seus magistrados, o decano do tribunal, Bernard Saint-Vil, afirma ter exigido que o governo garanta a proteção do juíz que atuar no caso.
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"Solicitamos agentes de segurança para o juiz. Antes mesmo de dizer a qual juiz confiaríamos o caso, esses meios deveriam ser disponibilizados", disse à imprensa Saint-Vil.
Na quarta-feira, ele havia anunciado que na quinta seria divulgado o nome do magistrado que assumiria o processo de assassinato do presidente. Porém, devido à relutância dos juízes de instrução, esse prazo não pôde ser cumprido.
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A polícia assegura que já prendeu 44 pessoas, incluindo 12 policiais haitianos, 18 cidadãos colombianos e dois americanos de origem haitiana pelo crime, cometido em 7 de julho, quando um comando armado invadiu a casa do presidente, o matou e feriu sua esposa.
Além disso, a polícia nacional emitiu notificações de busca contra vários outros indivíduos, incluindo um juiz do Tribunal de Cassação, o mais alto órgão judicial do país, um ex-senador e um empresário.
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Antes de transmitir o processo ao gabinete de investigação, a promotoria de Porto Príncipe emitiu vários mandados de prisão contra um funcionário de um partido político da oposição, o presidente do partido de Moise e dois pastores haitianos que haviam expressado publicamente sua oposição ao falecido presidente.