Bombeiros sérvios tentam acabar com as chamas de um incêndio florestal na aldeia de Glatsona, na ilha grega de Evia AFP
Embora a maioria dos incêndios tenha se estabilizado, ou diminuído de intensidade, nesta segunda-feira na Grécia, o foco de Eubeia, a segunda maior ilha do país, permanece preocupante e apresenta um cenário apocalíptico.
Espessas e asfixiantes fumaças envolviam nesta segunda-feira a zona costeira de Pefki, onde mais de 100 moradores foram retirados pelo mar, e outros, reagrupados.
Os moradores mais jovens acompanhavam os mais idosos até a praia, onde embarcaram em uma balsa para deixar a ilha sob ameaça.
Enquanto a Suprema Corte grega pediu uma investigação sobre a possível intencionalidade de vários incêndios simultâneos, reforços aéreos estão a caminho.
O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis afirmou que falou com seu homólogo russo, Mikhail Mishustin, sobre o embarque de outro avião BE-200 lançador de água.
A vizinha e tradicional rival Turquia também prometeu mais dois aviões de combate a incêndio, disse o chanceler grego.
A Comissão Europeia (CE) informou nesta segunda que nos últimos dias aumentou o envio de aviões, helicópteros e bombeiros para a Grécia, assim como para a Albânia, Macedônia do Norte e Turquia para ajudar a combater os incêndios de verão.
Os países da UE mobilizaram até agora 14 aeronaves e 3 helicópteros para o combate a incêndios, cerca de 1.300 bombeiros e 250 veículos para apoiar esses países, disse o executivo da UE em um comunicado.
O vice-ministro grego da Proteção Civil, Nikos Hardalias, anunciou no domingo, 8, "outra noite difícil" na ilha de Eubeia, devastada pelas chamas há sete dias.
Sem apoio aéreo, os bombeiros lutaram durante toda noite e até o amanhecer em Monokarya para impedir que o fogo atingisse a cidade de Istiaia, informou a agência grega de notícias ANA.
Uma por uma, dezenas de localidades foram sendo desalojadas à medida que chamas avançavam contra suas casas.
Os municípios de Kamatriades e Galatsades estão entre as prioridades dos bombeiros nesta segunda-feira.
"Se o fogo entrar por ali, as chamas encontrarão uma floresta espessa e difícil de apagar", afirmaram os bombeiros.
Entre os 650 bombeiros mobilizados na ilha, estão quase 200 procedentes de Ucrânia e Romênia, reforçados por 11 aviões e helicópteros de combate a incêndios.
"Os meios aéreos enfrentam sérias dificuldades, devido às turbulências, à fumaça espessa e à visibilidade limitada", descreveu Hardalias no domingo.
Até o momento, duas pessoas morreram na Grécia, e oito, na Turquia. Dezenas foram hospitalizadas.
"Situação crítica"
Essa contagem inclui 350 pessoas evacuadas de vilas ao redor de Pefki, muitas das quais passaram a noite em uma balsa estacionada perto da costa.
Nas proximidades de Atenas, o incêndio que destruiu dezenas de casas perdeu intensidade, segundo os bombeiros gregos.
"Mas o risco de retorno é elevado", advertiu Hardalias.
Vários meios terrestres permanecem mobilizados no sopé do monte Parnitha, em especial unidades enviadas de Israel, Chipre, ou França, para colaborar com os bombeiros gregos.
Outro incêndio em Creta foi controlado, e a situação também era menos grave no Peloponeso, onde 300 bombeiros permanecem mobilizados, segundo as autoridades.
As chamas destruíram mais de 56.000 hectares na Grécia, nos últimos dez dias, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS, na sigla em inglês).
Quase 1.700 hectares foram queimados, em média, no mesmo período entre 2008 e 2020.
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