O chefe de Estado russo pediu que não se tente impor "valores alheios" ao Afeganistão, devastado por décadas de conflitoAFP
Putin diz que é preciso impedir saída de 'terroristas' do Afeganistão como refugiados
A Rússia foi um dos países que não evacuou sua embaixada em Cabul após a chegada dos talibãs
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu à comunidade internacional nesta sexta-feira, 20, que evite o "colapso" do Afeganistão e advertiu que se deve impedir que os "terroristas" saiam do país, escondidos como refugiados.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta com a chanceler alemã, Angela Merkel, o chefe de Estado russo pediu que não se tente impor "valores alheios" ao país, devastado por décadas de conflito.
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"Tem que acabar (...) essa vontade de construir em outros países a democracia com base em modelos estrangeiros, sem levar em conta as particularidades históricas, nacionais, ou religiosas, e ignorando por completo as tradições", acrescentou Putin. "Acredito que esta é a lição do Afeganistão", enfatizou.
O presidente russo destacou que os talibãs controlam "quase todo território" no Afeganistão e que se trata de "uma realidade que se deve levar em consideração para não permitir o colapso do Estado afegão". Putin também considerou que é "importante impedir a infiltração de terroristas nos países vizinhos" do Afeganistão, "entre eles os que se fizerem passar por refugiados".
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Um dos países que não evacuou sua embaixada em Cabul após a chegada dos talibãs, a Rússia garantiu, na terça-feira, 17, que o grupo estava enviando "sinais positivos" em relação às liberdades e à distribuição de poder e que se comportou de forma "civilizada" em Cabul.
O governo russo, que considera que a crise afegã se deve à "marcha precipitada", ou "fuga" das forças norte-americanas, apoia o início de um "diálogo nacional" com "a participação de todas as forças políticas, étnicas e confessionais".
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"Devemos fazer todo possível para somar esforços para apoiar o povo afegão, normalizar a situação neste país e estabelecer relações de boa vizinhança", acrescentou o líder russo nesta sexta-feira.
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