Presidente norte-americano Joe BidenAFP

Washington - Em em um novo esforço para controlar a pandemia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ampliará, nesta quinta-feira, 9, a obrigatoriedade de vacinação contra a covid-19 para os funcionários federais.
A Casa Branca informou que o presidente fará, nesta quinta, um discurso no qual apresentará um plano de "seis pontos" para enfrentar o recrudescimento da pandemia no país.
Um deles será a vacinação obrigatória para todos os funcionários e trabalhadores terceirizados em nível federal, revelou à AFP uma fonte familiarizada com o plano, sob condição de anonimato. Atualmente, os trabalhadores do governo devem se vacinar e se submeter a testes periódicos.
"O presidente assinou uma ordem executiva para dar um passo além com essas ações e exigir que todos os trabalhadores do Poder Executivo federal se vacinem", afirmou a fonte.
A secretária de Imprensa de Biden, Jen Psaki, disse, nesta quarta-feira, 8, à emissora CNN que o presidente pressionará para aumentar o número de vacinados e a realização de testes. Contudo, os poderes do chefe de Estado são limitados e não existe nenhum plano para implementar alguma medida como um passaporte nacional de vacinação.
Apesar do êxito inicial do governo Biden no combate à pandemia, o surgimento da variante delta do novo coronavírus, que é mais contagiosa que as outras cepas, fez com que os números voltassem a crescer e chegassem a níveis críticos novamente.
Assim, Biden precisa mudar urgentemente os rumos da pandemia, que volta a trazer incerteza para a recuperação econômica e para o desempenho de seu governo como um todo.
Segundo um funcionário da Casa Branca que também falou sob condição de anonimato, a estratégia envolverá tanto o setor público como o privado.
"Como disse o presidente desde o primeiro dia, sua administração fará o possível para controlar a pandemia", afirmou o funcionário.
A maior parte do problema, no entanto, está fora do alcance de Biden, já que alguns governos estaduais, sobretudo os republicanos de Texas e Flórida, vêm se recusando a impor medidas mais rígidas, como a obrigatoriedade do uso de máscaras.
Além disso, uma parte considerável da população norte-americana não quer se imunizar, mesmo diante do aumento de casos, o que levou Biden a classificar o novo surto de "pandemia dos não vacinados".
Contudo, e apesar do papel desempenhado pelos líderes republicanos, Biden vem sendo apontado como o grande responsável pela recrudescimento da pandemia no país, o que, aliado às críticas pela saída caótica das tropas norte-americanas do Afeganistão, fez com que a aprovação de seu governo caísse.
Segundo a última pesquisa feita em conjunto pelos meios Washington Post e ABC News, a média geral de aprovação de Biden está abaixo de 50% pela primeira vez desde a sua posse em janeiro, já que apenas 44% aprovam seu desempenho, contra 50% em junho.
Além disso, o levantamento mostra que 52% dos norte-americanas aprovam a gestão da pandemia do governante democrata, uma queda de dez pontos percentuais em relação a junho.