Motoristas fazendo fila ao lado de um posto de combustíveis em Leyton, leste de Londres TOLGA AKMEN / AFP
Indústria britânica de combustível nega que a crise no setor esteja diminuindo
Motoristas do exército serão mobilizados para sanar a crise que começou após alguns fornecedores anunciarem o fechamento das bombas por falta de caminhoneiros para levar a gasolina aos postos
Os postos de gasolina britânicos continuam sofrendo com a falta de combustível, afirmou nesta quinta-feira (30) um grupo de varejistas do setor, contradizendo as afirmações do governo, que alega a redução da crise desencadeada na semana passada por motoristas preocupados por não poderem reabastecer.
Longas filas ainda protagonizavam os postos de serviço nesta quinta-feira, especialmente em Londres e no sul da Inglaterra.
Motoristas do exército devem ser mobilizados nos próximos dias para ajudarem a aliviar a crise, provocada pelo que o governo denunciou como um movimento de pânico depois que alguns fornecedores anunciaram os fechamentos das bombas pela falta de caminhoneiros para levar o combustível a partir dos terminais de armazenamento.
O primeiro-ministro Boris Johnson insiste desde terça-feira que a situação está voltando à normalidade.
O secretário-geral do Tesouro, Simon Clarke, declarou nesta quinta-feira à Sky News que "está sendo fornecido mais combustível aos postos de gasolina do que se vende, portanto a crise está absolutamente controlada agora".
No entanto, a associação de varejistas de gasolina PRA afirmou que 27% das estações carecem de combustível, a mesma porcentagem de quarta-feira.
"Os membros da PRA informam que, embora continuem recebendo mais entregas de combustível, está se esgotando mais rápido que o normal, devido a uma demanda sem precedentes", afirmou seu responsável Gordon Balmer.
O governo de Johnson inverteu, no último fim de semana, as normas de imigração pós-Brexit para oferecer aos caminhoneiros estrangeiros, principalmente da Europa do Leste, vistos temporários de três meses, com a esperança de aliviar a escassez de motoristas, que afeta também o abastecimento de supermercados e outros negócios.
"É importante lembrar que as reservas de combustível seguem normais nas refinarias e terminais e que as entregas se reduziram apenas pela escassez de motoristas de veículos pesados", disse Balmer.
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