Presidente dos Estados Unidos, Joe BidenAFP

Washington - O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira, 30, no último momento uma prorrogação orçamentária que evita a paralisação dos serviços públicos federais.

Por 254 votos a 175, a Câmara de Representantes aprovou uma lei enviada pelo Senado, que prorroga o orçamento atual até 3 de dezembro. O presidente Joe Biden deverá promulgar o texto antes da meia-noite para evitar o corte abrupto de recursos aos serviços federais.

"Este é um bom resultado, com o qual estou feliz", disse o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, antes da votação, cujo resultado tinha sido antecipado.

Com as dificuldades que o presidente Biden enfrenta para aprovar seus megaprojetos de gastos sociais e infraestrutura e o potencial descumprimento de obrigações por parte dos Estados Unidos se o Legislativo não aumentar ou suspender o teto da dívida, o "shutdown" do governo parece ser o menor dos problemas.

Tempo limitado 
Os legisladores agora precisam aumentar antes de 18 de outubro o teto de endividamento do país se quiserem evirar o primeiro default da história da maior potência econômica mundial.

"O tempo é limitado, o perigo é real", destacou Chuck Schumer nesta quinta-feira.

Os republicanos se recusam a suspender o limite de emissão da dívida, pois consideram que seria um cheque em branco para o governo Biden.

Por isso deixaram a decisão nas mãos dos democratas, que precisam apelar a seus próprios votos para aprovar a medida através de uma manobra parlamentar que pode levar tempo.

Mas Schumer assegura que "este caminho é arriscado demais" e destaca que a dúvida se acumulou sobretudo em governos anteriores.

Na quarta-feira, a Câmara de Representantes aprovou um texto que prevê suspender o teto da dívida até dezembro de 2022, mas sem o apoio republicano no Senado, a iniciativa nasceu morta.

Há muitas dúvidas pairam sobre qual será a solução encontrada pelo Congresso.

A respeito dos planos de Biden, congressistas da ala mais à esquerda do Partido Democrata ameaçam provocar o fracasso de uma votação final sobre o projeto de infraestrutura previsto para esta quinta-feira na Câmara, indignados porque não receberam garantias dos centristas sobre o avanço do gigantesco plano de reformas sociais.

Um manto de dívida paira sobre estes planos-chave do governo Biden, que implicam gastos estimados em torno de 5 trilhões de dólares.

A administração Biden já está tentando preparar a opinião pública para a eventualidade de um adiamento da adoção destes megaprojetos.

"Não é um grande cataclismo se não houver votação hoje", disse à CNN a secretária de Energia, Jennifer Granholm.

Mas aqui o tempo também se esgota: os democratas correm o risco de perder suas apertadas maiorias nas eleições parlamentares de 2022.