Angela MerkelAFP

A chanceler alemã Angela Merkel declarou neste sábado (13) que é necessário um "esforço nacional" para acabar com a quarta onda de covid-19 na Alemanha e pediu às pessoas relutantes que tomem a vacina.
"Estou muito preocupada com a situação. Nós enfrentamos semanas difíceis. Precisamos de um esforço nacional para acabar com a forte onda de outono e inverno (hemisfério norte, primavera e verão no Brasil) da pandemia", afirmou a chanceler em seu podcast semanal.
"Se permanecermos unidos, se pensarmos em nos protegermos e cuidar dos outros, nós podemos salvar grande parte do nosso país no inverno", acrescentou.
Merkel expressou preocupação com o forte aumento dos contágios, o elevado número de pacientes em UTIs e o grande número de mortes diárias, especialmente em regiões com taxas de vacinação reduzidas, como o leste do país.
A Alemanha enfrenta uma quarta onda de covid-19 nas últimas semanas, com um número recorde de contágios. Áustria e República Tcheca também estão em um cenário similar.
Neste sábado, o instituto de saúde Robert Koch registrou 45.081 novos contágios e 228 mortes provocadas por covid-19 em 24 horas.
Na quinta-feira, o país registrou 50.196 novos casos, um recorde diário desde o início da pandemia.
A chanceler alemã também pediu aos não vacinados que "reflitam" e aceitem a vacina.
De acordo com o governo, 67,4% da população está completamente vacinada, longe da meta estabelecida de 75%.
Merkel é favorável a uma dose de reforço da vacina, que ela considera uma "verdadeira oportunidade para romper a onda de contágios".
A nível político, a chanceler, que permanece no cargo até formação de um novo governo, disse que é "urgente" eu o governo federal e as regiões adotem uma "abordagem unificada" e, em particular, um "índice limite" a partir do qual devem ser adotadas medidas adicionais.
Desde a primavera (outono no Brasil), as autoridades não levam em consideração apenas o número de novas infecções por dia, mas também a saturação dos hospitais para ativar novas restrições.
Este índice limite deve ser "definido com prudência para que as medidas necessárias não sejam tomadas tarde demais", disse Merkel.
Na sexta-feira, o presidente do instituto Robert Koch, Lothar Wieler, afirmou que a Alemanha deve se preparar para um cenário difícil e pediu o aumento das restrições.
"Temos que presumir que a situação vai continuar piorando em toda Alemanha e que esta evolução não pode ser contida sem novas medidas", alertou.
"Semanas e meses difíceis nos esperam", afirmou.