Alemanha AFP
Com 935.863 novos casos por dia em média na última semana, segundo o balanço da AFP elaborado com base em informações oficiais, o vírus circula, atualmente, a uma velocidade sem precedentes.
O número é consideravelmente maior que o recorde anterior, registrado entre 23 e 29 de abril, com 817 mil casos diários em média, e representa uma alta de 37% na comparação com a semana antecedente.
O documento destaca que o número de casos dobra a cada "dois a três dias". Segundo seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o "tsunami" criado pela circulação simultânea das variantes delta e ômicron está levando "os sistemas de saúde à beira do colapso".
A maioria das novas infecções foi registrada na Europa, onde vários países anunciaram novos recordes históricos na terça-feira.
A Dinamarca é hoje o país do mundo com mais casos novos em relação à sua população: superou nesta quarta-feira seu recorde absoluto ao registrar 23.228 novas infecções em 24 horas. A incidência dinamarquesa significa que mais de um em 60 habitantes apresentou resultado positivo na semana passada.
No Reino Unido, 130 mil casos adicionais foram relatados na terça-feira na Inglaterra e no País de Gales. Uma campanha massiva de vacinação de reforço já aplicou doses suplementares a 57% dos maiores de 12 anos. De acordo com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, 90% dos pacientes com covid-19 internados em terapia intensiva não receberam a terceira dose.
Na Espanha, onde quase 100 mil foram atingidos, o governo anunciou que na segunda-feira vai reduzir a quarentena de dez para sete dias para pessoas infectadas pela necessidade de encontrar um equilíbrio entre "saúde pública" e “crescimento econômico”, disse o presidente Pedro Sánchez.
A propagação coincide com o aumento de casos da variante ômicron no Panamá, Colômbia, Chile, Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela, México, Cuba e Equador. Na Argentina, os casos se multiplicaram por seis desde o início do mês.
Novas restrições
Com uma pandemia novamente em aceleração, os governos tentam encontrar um equilíbrio entre o controle da propagação e a contenção dos danos econômicos.
A Finlândia proibiu a entrada de viajantes estrangeiros não vacinados. Suécia, Dinamarca e Áustria exigem que os viajantes não residentes apresentem testes negativos e o comprovante de vacinação. A França limitará a validade do "passaporte sanitário" às pessoas vacinadas.
Além disso, o governo francês anunciou o recurso obrigatório do teletrabalho "sempre que possível" e o fechamento das casas noturnas por mais três semanas.
A Alemanha implementará novas restrições, incluindo a limitação das reuniões a dez pessoas entre vacinados, e a apenas duas, entre não vacinados, assim como o fechamento de casas noturnas e eventos esportivos sem a presença de torcedores.
A China, que enfrenta um foco epidêmico a 40 dias dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, determinou o confinamento de dezenas de milhares de pessoas na terça-feira. Depois que a cidade de Xi'an (norte) entrou em um "lockdown" rigoroso na semana passada, dezenas de milhares de residentes de um distrito da cidade de Yan'an, a 300 quilômetros de Xi'an, iniciaram o confinamento na terça-feira.
A pandemia de covid-19 provocou mais de 5,4 milhões de mortes no mundo desde dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais. A OMS acredita, no entanto, que o número real pode ser entre duas e três vezes superior a este total. Desde o início da pandemia, mais de 282 milhões de casos foram registrados oficialmente.
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