Itália pede à União Europeia para distribuir migrantesAFP

A taxa de desemprego na zona euro fechou o mês de dezembro de 2021 em 7%, seu nível mais baixo desde o início da série histórica, em 1998, anunciou a agência europeia de estatísticas Eurostat nesta terça-feira, 1º.

O desemprego em dezembro sofreu uma queda apenas marginal em relação aos 7,1% registrados no mês anterior, novembro, mas este recuo foi mais acentuada na comparação com os 8,2% de dezembro de 2020, afirmou a Eurostat.
Para o conjunto da União Europeia (que inclui os países que não adotam a moeda comum), o desemprego em dezembro se situou em 6,4%. Também aqui, trata-se do nível mais baixo dessa série histórica específica, iniciada pelo Eurostat em 2000.

De acordo com a Eurostat, em dezembro havia em torno de 11,4 milhões de pessoas em situação de desemprego na eurozona. No conjunto da UE, este número chegou a 13,6 milhões no referido mês. O desemprego continuou a afetar com mais força as pessoas com menos de 25 anos, atingindo 14,9% na zona do euro, e 15,3%, na UE como um todo.

Além disso, afetou mais as mulheres do que os homens. Segundo a Eurostat, o desemprego entre as mulheres na zona do euro em dezembro foi de 7,3%, uma leve queda em relação aos 7,5% registrados em novembro. No caso dos homens, caiu de 6,8% em novembro, para 6,7%, em dezembro.

O comissário europeu para a Economia, o italiano Paolo Gentiloni, celebrou os dados. "A zona do euro terminou 2021 - o ano posterior à pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial - com o menor desemprego de sua história", tuitou. Para Gentiloni, trata-se de um "testemunho do sucesso da nossa resposta coletiva à crise".

Entre as principais economias da zona do euro, a Alemanha encerrou o mês de dezembro com uma taxa de desemprego de 3,2%, embora tenha permanecido particularmente elevada na Espanha (13%) e Itália (9%).

Entre os menores de 25 anos, a Espanha registrou alta de 30,6% em dezembro, seguida de perto pela Grécia, com 30,5%. Enquanto isso, a Holanda experimentou um aumento marginal do desemprego, passando de 3,7% em novembro para 3,8% em dezembro.

Ontem, a Eurostat anunciou que a economia da zona do euro encerrou o ano de 2021 em forte crescimento de 5,2%, aproximando-se assim dos níveis anteriores à pandemia de coronavírus, após a queda catastrófica de 6,4% de 2020. Este crescimento de 5,2% foi válido para todos os países da UE.

Este crescimento em 2021 foi sustentado pela recuperação no segundo e terceiro trimestres, devido à retirada das medidas sanitárias. No terceiro trimestre, porém, a expansão explosiva da variante ômicron do coronavírus provocou uma desaceleração na recuperação econômica, embora tenha mantido o bom desempenho do mercado de trabalho.

"Com exceção da Holanda, todas as economias da zona do euro sofreram uma queda nas taxas de desemprego ou pelo menos permaneceram constantes em dezembro. Ainda assim, existem diferenças significativas (...) com taxas de desemprego variando de 3,2% na Alemanha a 13% na Espanha", destacou o banco ING em um relatório.

Jessica Hinds, da consultoria Capital Economics, destacou que "a taxa de desemprego na zona do euro voltou a cair em dezembro, para 7,0%, coroando um ano notável de recuperação do mercado de trabalho da região".