Presidente da Ucrânia Volodymyr ZelenskyAFP
"Não há nada de novo nesta declaração", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
Dias atrás, o governo ucraniano já considerava exagerada a decisão de Washington de evacuar seu pessoal diplomático.
"Conhecemos a posição dos Estados Unidos, que já fez esse tipo de declaração antes", disse Kuleba a repórteres.
"Eles já começaram a evacuar parte de seus funcionários da embaixada e familiares. Esta declaração não mostra nenhuma mudança radical na situação", acrescentou.
Biden pediu nesta quinta-feira (10) aos cidadãos americanos que deixem "agora" a Ucrânia devido à ameaça de uma invasão russa, que iniciou manobras militares conjuntas com o vizinho Belarus apesar dos esforços diplomáticos europeus.
No entanto, o presidente dos Estados Unidos descartou novamente enviar soldados à Ucrânia, nem para ajudar a evacuar os cidadãos americanos em caso de invasão.
Isso seria "uma guerra mundial. Quando os americanos e os russos começam a atirar uns nos outros, entramos num mundo muito diferente", afirmou Biden.
A entrevista foi ao ar após o início de importantes manobras conjuntas entre os exércitos russo e bielorrusso às portas da Ucrânia, diminuindo as esperanças de uma desescalada após semanas de intensos esforços diplomáticos na Europa.
Estes exercícios, concentrados principalmente na região bielorrussa de Brest, fronteiriça com a Ucrânia, envolvem o envio de mísseis e armamento pesado e, segundo os Estados Unidos, de 30.000 soldados russos adicionais.
A Otan garantiu que o envio de mísseis, armamento pesado e soldados armados a esse país situado ao norte da Ucrânia era "um momento perigoso para a segurança da Europa", que vive os momentos de maior tensão desde a Guerra Fria.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Moscou de exercer uma "pressão psicológica" sobre a ex-república soviética, agora inclinada para o Ocidente.
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