Presidente da Rússia, Vladimir PutinAFP

Rússia - O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que decide nesta segunda-feira (21) se a Rússia reconhece a independência dos dois territórios separatistas no leste da Ucrânia, uma decisão que poria fim ao processo de paz neste conflito.

"Ouvi suas opiniões. A decisão será tomada hoje", disse Putin a membros de seu Conselho de Segurança ao final de uma reunião transmitida pela televisão russa.
Nesta segunda-feira, o governo do Estados Unidos afirmou que a Rússia preparou uma lista de ucranianos que devem ser assassinados ou capturados em caso de uma invasão da Ucrânia. A afirmação aconteceu após o envio de uma carta para a Organização das Nações Unidas (ONU).

A carta destaca que Washington está "profundamente preocupado" e alerta para uma potencial "catástrofe de direitos humanos".

O governo dos Estados Unidos tem "informação confiável que indica que as forças russas estão elaborando listas de ucranianos que devem ser assassinados ou enviados para acampamentos após uma ocupação militar", afirma a carta.

"Também temos informação confiável de que as forças russas usariam medidas letais para dispersar protestos pacíficos ou de alguma forma contra-atacar o exercício pacífico da resistência de populações civis", acrescenta a mensagem enviada à Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, a chilena Michelle Bachelet.

A nota, assinada pela embaixadora americana na ONU em Genebra, Bathsheba Nell Crocker, adverte que uma invasão russa da Ucrânia provocaria abusos como sequestros ou tortura, e poderia atingir dissidentes políticos e religiosos e minorias étnicas.

Em um e-mail enviado nesta segunda-feira à AFP, o escritório de direitos humanos da ONU confirmou que recebeu uma carta nesta manhã da Missão Permanente dos Estados Unidos em Genebra. "Estamos avaliando" a carta, escreveu a porta-voz Elizabeth Throssell.

A Rússia enviou mais de 150 mil soldados para a fronteira com a Ucrânia nas últimas semanas. Moscou nega planos de atacar o país vizinho, mas pretende obter garantias de que a Ucrânia não vai aderir à Otan e que Organização do Tratado do Atlântico Norte removerá suas forças do leste da Europa, propostas rejeitadas pelo países ocidentais.