Fumaça sobe de uma usina de energia depois de bombardeios fora da cidade de Schastia, perto da cidade de Lugansk, no leste da Ucrânia, dia 22, um dia depois que a Rússia reconheceu as repúblicas separatistas do leste da UcrâniaARIS MESSINIS/AFP
Com mais de 1.300 quilômetros de fronteira com a Rússia, a Finlândia "se prepara para fechar o espaço aéreo ao tráfego aéreo russo", declarou o ministro dos Transportes, Timo Harraka, em um tuíte publicado na madrugada deste domingo.
O ministro não especificou quando a medida entrará em vigor.
No Twitter, o ministro dinamarquês das Relações Exteriores, Jeppe Kofod, informou que seu país também "fechará seu espaço aéreo para aviões russos".
"Na reunião de hoje dos ministros das Relações Exteriores da UE, pressionaremos por uma proibição em toda UE", disse Kofod.
A Bélgica fará o mesmo, anunciou hoje seu primeiro-ministro, Alexander De Croo.
"A Bélgica decidiu fechar seu espaço aéreo para todas as companhias aéreas russas. Os céus europeus são céus abertos. Estão abertos para aqueles que conectam pessoas, não para aqueles que buscam agredir brutalmente", disse De Croo no Twitter.
Com medidas similares adotadas por países como Estônia, Polônia, República Checa, Bulgária e Alemanha, forma-se uma ampla zona vetada ao tráfego aéreo russo na Europa, o que implica enormes desvios para os aviões.
Moscou está respondendo, proibindo os voos para esses países.
A empresa nacional finlandesa, a Finnair, é especializada em voos entre a Europa e a Ásia que devem sobrevoar a Rússia. Hoje, porém, o tráfego está muito reduzido, devido à pandemia da covid-19 e às restrições de ingresso na Ásia.
O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.
A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarizaração e a eliminação dos "nazistas" , segundo o presidente russo.
Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),
aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.
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