Imagens do ataque russo na cidade de Chuhuyiv, na Ucrânia ARIS MESSINIS / AFP

O secretário-geral da ONU, António Guterres, conversou por telefone neste sábado (26) com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para expressar a "determinação" da organização "em reforçar a ajuda humanitária ao povo ucraniano", segundo um comunicado da ONU.

Guterres "informou ao presidente que as Nações Unidas farão um apelo na terça-feira para financiar as operações humanitárias (da organização) na Ucrânia", afirma o texto.

Na sexta-feira, a ONU pediu "acesso seguro e desimpedido" para a ajuda humanitária na Ucrânia, invadida pelo exército russo. A organização estima que haverá mais de 1,8 milhão de pessoas deslocadas em um futuro próximo devido à guerra.

A ONU também pediu que "as 7,5 milhões de crianças na Ucrânia sejam protegidas das consequências do conflito" e que todas as partes se abstenham de atacar infraestruturas civis, especialmente aquelas que têm impacto nas crianças, como escolas, instalações médicas e sistemas de água e saneamento.

Antes do início da guerra na madrugada de quinta-feira, a ONU, com quase 2.000 funcionários na Ucrânia, estava ajudando cerca de três milhões de pessoas, a maioria no leste do país.

Entenda o conflito

O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronuncianmentos de diversos líderes espalhos pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarizaração e a eliminação dos "nazistas" , segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),
aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambiação de expandir o território ruso para aumentar o poder de influência na região.