Tropas russas se aproximam de AFP

As Forças Armadas russas estão perto da maior usina nuclear da Ucrânia, apontou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta segunda-feira, reiterando sua forte preocupação, no quinto dia de guerra.

Neste momento, os seis reatores da central de Zaporizhia estão seguros, segundo informações recebidas pela agência da ONU, informada com regularidade por autoridades da Ucrânia sobre a situação.

As tropas russas "operam perto da central, mas não tomaram a mesma", ressaltou a AIEA, cujo diretor geral, Rafael Grossi, voltou a alertar para "qualquer ação que possa ameaçar a segurança" das instalações nucleares daquele país.

Uma reunião do Conselho de Governadores foi convocada para a próxima quarta-feira em Viena, sede da AIEA, para discutir os "riscos reais" representados pelo conflito.

A Ucrânia tem quatro centrais nucleares ativas, que fornecem cerca da metade da eletricidade consumida pelo país, e vários depósitos de resíduos radioativos, como o de Chernobyl, onde ocorreu a pior catástrofe nuclear da História, em 1986.

"Um acidente poderia ter consequências graves na saúde pública e no meio ambiente", advertiu Grossi, sublinhando a importância de que as equipes mobilizadas continuem trabalhando normalmente e "possam descansar".
Entenda o conflito

O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarizaração e a eliminação dos "nazistas" , segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),
aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.