vice-primeiro-ministro britânico e ministro da Justiça do Reino Unido, Dominic RaabAFP

Londres - O vice-primeiro-ministro britânico, Dominic Raab, advertiu nesta terça-feira (1º) que o presidente russo, Vladimir Putin, será "responsável" por eventuais crimes de guerra cometidos na Ucrânia. A declaração foi feita durante entrevista ao canal privado britânico Sky News.

"Está claro, tanto no caso de Putin quanto dos comandantes em Moscou, no terreno na Ucrânia, que serão considerados responsáveis por qualquer violação das leis da guerra", afirmou Dominic Rabb, que também é ministro da Justiça. 

O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, Karim Khan, anunciou na segunda-feira a abertura "o mais rápido possível" de uma investigação sobre a situação na Ucrânia. O procurador deste tribunal criado em 2002 para julgar as piores atrocidades do mundo disse estar "convencido de que há uma base razoável para crer que foram cometidos supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Ucrânia".

Referindo-se a Putin, a seus generais e aos militares russos na Ucrânia, Raab declarou à rede BBC que "existe um risco muito real de que eles acabem no banco dos réus de um tribunal de Haia".

Se o TPI decidir agir, "tenho certeza de que o Reino Unido e seus aliados vão querer fornecer apoio prático e logístico", frisou.
Entenda o conflito

O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.