Vladimir Putin ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP

Mudando o tom das conversas, lideranças russas afirmaram nesta quarta-feira, 2, que reconhecem Volodymyr Zelensky como presidente da Ucrânia, e que o fato dele querer obter "garantias de segurança" para negociar o fim da guerra é um "passo positivo". O Kremlin disse que as autoridades russas estão prontas para iniciar uma segunda rodada de negociações com a Ucrânia, mas segundo eles, ainda não se sabe se as autoridades ucranianas aparecerão.
Até o momento, o Kremlin vinha pedindo o que chama de "desnazificação" do governo ucraniano. Na semana passada, Putin chegou a incitar os militares ucranianos a derrubarem o governo de Zelensky porque, segundo ele, isso tornaria mais fáceis as negociações entre os dois lados.
"Nossos negociadores estão prontos para a segunda rodada de discussões dessas garantias com representantes ucranianos", afirmou Sergei Lavrov à emissora Al Jazeera.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que havia informações contraditórias sobre as negociações.
Na última sexta-feira, 25, o porta-voz de Zelensky, Sergii Nykyforov afirmou que "a Ucrânia esteve e continua pronta para falar sobre um cessar-fogo e paz. Esta é nossa posição constante”.
Entenda o conflito

O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarizaração e a eliminação dos "nazistas" , segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),
aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.