Membro das Forças de Defesa Territoriais da Ucrânia, a reserva militar das Forças Armadas da Ucrânia, monta guarda ao lado de obstáculos antitanque no centro de Kiev (7)SERGEI SUPINSKY / AFP
Os soldados russos avançam rapidamente há dias a partir da região ao norte e nordeste da capital ucraniana. As colunas de blindados russos, que há cinco dias encontravam-se centenas de quilômetros a nordeste de Kiev, estavam hoje a cerca de 15 quilômetros, perto de Brovary.
Soldados ucranianos relataram à AFP combates em Rusaniv, 30 quilômetros a leste de Brovary. Em Mariupol, porto estratégico no sudeste da Ucrânia, 17 adultos ficaram feridos em um bombardeio russo a um hospital pediátrico, anunciou o funcionário regional Pavlo Kirilenko, sem citar vítimas.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, chamou esse ataque de "imoral". A ONU pediu "o fim imediato dos ataques a instalações de saúde, hospitais, profissionais de saúde e ambulâncias".
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, discutirá com autoridades polonesas nesta quinta-feira como fornecer "assistência militar" à Ucrânia, segundo um representante do governo americano. Os Estados Unidos enviaram duas novas baterias antiaéreas Patriot para a Polônia, em linha com seu compromisso de defender o território dos países da Otan, informou uma autoridade do Pentágono nesta quarta-feira.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) contabilizou 2.155.271 refugiados que fugiram da guerra da Ucrânia, segundo dados divulgados hoje. São 143.959 refugiados a mais do que ontem.
Autoridades na zona de guerra e a ONU asseguram que esse fluxo irá aumentar. Várias tentativas de abrir corredores humanitários fracassaram desde o começo da guerra, mas um novo acordo foi alcançado na manha de hoje. Segundo a ONU, até 4 milhões de pessoas poderão abandonar o país por causa do conflito.
A porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, declarou que seu país vê progressos nas negociações com a Ucrânia. "Paralelamente à operação militar especial (nome dado pelas autoridades de Moscou à entrada de tropas russas na Ucrânia) também acontecem negociações com a parte ucraniana para acabar o quanto antes com o banho de sangue sem sentido e a resistência das Forças Armadas ucranianas (...) alguns progressos foram feitos", afirmou.
Os objetivos da Rússia "não incluem a ocupação da Ucrânia, a destruição de seu Estado ou derrubar o governo atual", declarou Maria em entrevista coletiva. Ela reiterou ainda que a ação não tem como alvo a população civil.
Acordos
Discussões estão marcadas para amanhã na localidade turca de Antália entre o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e seu par ucraniano, Dmitro Kuleba. Já o presidente russo, Vladimir Putin, e o chefe de governo alemão, Olaf Scholz conversaram hoje sobre os "esforços diplomáticos" e corredores humanitários, informou o Kremlin.
Os bombardeios, no entanto, continuam. Em Severodonetsk, 10 pessoas foram mortas nesses ataques, segundo uma autoridade regional. E nove morreram em Yitomir, a oeste de Kiev.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou hoje que "não tem grande impacto sobre a segurança" a desconexão elétrica na central ucraniana de Chernobyl, onde ocorreu em 1986 um dos maiores acidentes nucleares do planeta.
A operadora ucraniana Ukrenergo informou hoje que o fornecimento de energia para a usina de Chernobyl e seus equipamentos de segurança estava "totalmente" cortado, devido às ações militares russas. "Não há possibilidade de restabelecer as linhas", já que a ofensiva está em andamento, disse a operadora ucraniana.
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