Papa Francisco se pronuncia sobre o conflito na Ucrânia, mas não menciona a Rússia VINCENZO PINTO / AFP

Vaticano - O papa Francisco se pronunciou neste domingo, 13, sobre a guerra na Ucrânia e criticou a "inaceitável agressão armada". No discurso durante a oração do Ângelus, na Praça São Pedro, no Vaticano., o pontífice não mencionou a Rússia.
"A agressão armada contra a Ucrânia é inaceitável e deve parar", disse ele para uma praça lotada com fieis com bandeiras da Ucrânia. 

"Diante da barbárie da morte de crianças, pessoas inocentes e civis indefesos, não há razões estratégicas que se sustentem: a inaceitável agressão armada precisa apenas ser interrompida, antes que isso reduza as cidades a cemitérios", afirmou o papa, na Praça São Pedro.
Durante o pronunciamento, Francisco afirmou que a cidade de Mariupol, região no sudeste do país do leste europeu, se tornou uma "uma cidade mártir" na invasão das tropas russas. A região tem sido alvo de inúmeros ataques desde a invasão da Rússia. 
"Esta semana, a cidade de Mariupol, cidade que leva o nome da Virgem Maria, tornou-se uma cidade mártir na angustiante guerra que assola a Ucrânia. Com dor no coração, junto minha voz à das pessoas comuns que imploram o fim da guerra. Em nome de Deus, que os gritos dos que sofrem sejam ouvidos e que cessem os bombardeios e os ataques. Deus, eu te peço: pare com esse massacre!", disse ele.
Neste domingo, a administração da cidade informou que 2.187 moradores morreram desde o início da invasão. "Nas (últimas) 24 horas, houve pelo menos 22 bombardeios na cidade civil. Mais de 100 bombas já foram lançadas em Mariupol", disse.

Com uma de suas prioridades manter boas relações com a Igreja Ortodoxa Russa, Francisco tem evitado culpar especificamente a Rússia. Ele ainda agradeceu a grande rede de solidariedade formada para ajudar os refugiados ucranianos, agora em cerca de 2,7 milhões, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). A principal fronteira de saída dos ucranianos é a Polônia, que já recebeu mais de 1,6 milhão de pessoas.