Presidente ucraniano, Volodymyr ZelenskyAFP

Os ataques russos contra a cidade de Mariupol são um "crime contra a humanidade", denunciou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em um discurso no Parlamento dinamarquês nesta terça-feira, 29. "O que as tropas russas estão fazendo em Mariupol é um crime contra a humanidade que está acontecendo ao vivo, diante dos olhos do mundo", declarou em um discurso por videoconferência, acusando-as de bombardear, deliberadamente, os abrigos civis nesta cidade sitiada.
O presidente ucraniano acusou as tropas russas de atacar "abrigos sabendo que havia civis escondidos, mulheres, crianças e idosos", em uma audiência que contou com a participação da primeira-ministra e os deputados do país nórdico.
Nesta terça, pela manhã, no sul da Ucrânia, um bombardeio russo atingiu o prédio do governo regional de Mykolaiv, próximo à Odessa. "Segundo o que sabemos no momento é que morreram 7 pessoas, 22 ficaram feridas e ainda há pessoas sendo procuradas nos escombros", afirmou Zelensky.
O presidente ucraniano afirmou que não havia alvos militares em Mykolaiv. "Os habitantes de Mykolaiv não representavam ameaça contra a Rússia e apesar disso, assim como todos os ucranianos, se tornaram alvos das tropas russas", denunciou o líder ucraniano enquanto acontecem negociações entre os dois lados em Istambul.
Diante dessa situação, Zelensky pediu à Europa e à Dinamarca defenderem seus valores frente à Rússia. "O que se pode dizer da proteção dos direitos humanos e da liberdade no continente europeu?", questionou, afirmando que não há um crime contra humanidade que não tenha sido cometido pelos russos.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, abriu, em 3 de março, uma investigação sobre as acusações de crimes de guerra na Ucrânia.