Equipes de resgate tentam recuperar corpos após inundaçãoPHILL MAGAKOE / AFP
A maioria das vítimas foi registrada na região de Durban, cidade portuária de Kwazulu-Natal, voltada para o Oceano Índico, onde se concentraram as intensas chuvas que começaram no último fim de semana.
"Um total de 40.723 pessoas foram afetadas. Infelizmente, o número de mortos continua aumentando e o último balanço é de 395 mortos", informou o escritório de gestão de desastres da província de Kwazulu-Natal em comunicado.
O governo não deu nenhuma indicação do número de pessoas desaparecidas. Mas cinco dias após a catástrofe, os socorristas têm pouca esperança de encontrar sobreviventes.
"A fase intensa do resgate terminou parcialmente. Atualmente nosso trabalho consiste principalmente na recuperação de corpos", disse à agência de notícias AFP Travis Trower, membro das equipes de resgate.
O presidente Cyril Ramaphosa, que esteve em Mpumalanga (nordeste) para as férias da Páscoa, lamentou uma catástrofe "nunca vista antes no país".
As previsões meteorológicas apontam para tempestades e risco de inundações localizadas no fim de semana da Páscoa. Novas tempestades também devem afetar as províncias vizinhas de Free State (centro) e Eastern Cape (sudeste), onde "já foi registrada uma morte", segundo Ramaphosa.
Devastação
Durante a manhã, voluntários com luvas e sacos de lixo começaram a limpar as praias de Durban, que costumam estar cheias de famílias e turistas.
"É minha praia, onde levo meus filhos, onde passamos nossos fins de semana", explica Morne Mustard, um cientista da computação de 35 anos que é um dos voluntários da popular praia de Umhlanga.
Ele sobreviveu à enchente e diz que há "devastação absoluta, um espetáculo horrendo", listando todo tipo de objetos e detritos carregados pelas águas em direção à praia.
Milhares de pessoas ficaram desabrigadas e as autoridades anunciaram a abertura de cerca de 20 abrigos de emergência, que abrigam mais de 2.100 pessoas.
Em algumas áreas, a água e a eletricidade foram cortadas por vários dias. Pessoas desesperadas foram vistas tentando extrair água dos canos destruídos e as autoridades declararam estado de catástrofe.
No dia anterior, houve protestos esporádicos exigindo ajuda. Em comunicado, as autoridades de Durban pediram "paciência", explicando que os esforços de socorro foram abrandados "devido à magnitude dos danos nas estradas".
As autoridades locais fazem um apelo para doar alimentos não perecíveis, água engarrafada e tudo o que serve para aquecer, Também houve saques e imagens de câmeras de vigilância compartilhadas nas mídias sociais mostraram pessoas assaltando as prateleiras dos supermercados.
O sul da África sofre regularmente tempestades violentas durante a temporada de ciclones, de novembro a abril. Mas a África do Sul geralmente é poupada desses eventos climáticos extremos que se formam sobre o Oceano Índico.
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